Ana Luiza ( no detalhe) foi presa ao desembarcar em São Paulo, vinda dos Estados Unidos |
A pedido da Polícia Federal, a Justiça
Federal concedeu a prisão preventiva de Ana Luiza Junqueira Vilela
Viacava, irmã de Antônio José Junqueira Vilela, o AJ Vilela, chefe da
quadrilha que desmatava e grilava terras no interior do Pará,
desbaratada na semana passada na passada na operação Rios Voadores. Ana
Luiza chegou no Brasil hoje, dos Estados Unidos e foi presa ao
desembarcar, em São Paulo. Ela está sendo interrogada na capital
paulista.
O pedido de prisão foi feito com base nas
interceptações telefônicas e o Ministério Público Federal deu parecer
favorável, pelo risco de destruição de provas. Após a prisão de 9
integrantes da quadrilha na semana passada, Ana Luiza foi flagrada
ordenando, por telefone, a um homem não identificado que destruísse
provas dos vários crimes de que ela e outras pessoas são acusadas. O
irmão de Ana Luiza, AJ Vilela, considerado o chefe do esquema pelas
autoridades, continua foragido, assim como o marido dela, Ricardo
Viacava.
A operação Rios Voadores uniu investigadores do
Ministério Público Federal, Polícia Federal, Receita Federal e Instituto
Brasileiro de Meio Ambiente e cumpriu um total de 28 mandados de prisão
preventiva, condução coercitiva e buscas e apreensões nos estados do
Pará, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Santa Catarina e São Paulo.
O
esquema movimentou R$ 1,9 bilhão entre 2012 e 2015 e destruiu 300 km
quadrados de florestas em Altamira, no Pará, área equivalente ao
território de municípios como Fortaleza (CE), Belo Horizonte (MG) ou
Recife (PE). O prejuízo ambiental foi de R$ 420 milhões. Segundo as
investigações, o grupo invadia florestas em terras públicas, retirava e
vendia a madeira de valor mais alto, e depois derrubava a mata
remanescente e ateava fogo.
Na terra devastada era plantado
capim e instalada criação de gado. Para praticar esses crimes a
organização criminosa utilizava mão de obra submetida a condições
semelhantes às de escravos. Após a consolidação das pastagens, o grupo
registrava os terrenos em cadastros ambientais rurais oficiais. Os
registros eram feitos em nome de laranjas (pessoas que servem como
intermediárias em negócios fraudulentos). As pastagens, então, eram
exploradas pelos próprios integrantes do grupo ou arrendadas para
terceiros.
Por essas e outras irregularidades, Jotinha figura
hoje como o infrator que recebeu multas de maior maior valor já
aplicadas pelo Ibama na Amazônia (R$ 163 milhões em dez autos de
infração), e que é responsável pela maior área já embargada pela
autarquia na região (300 km quadrados). Fonte: MPF Pará
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