Membros do Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB) invadiram na madrugada de ontem, 28, um prédio histórico de três andares, próximo ao Ver-o-Peso, no bairro do Comércio, em Belém. Segundo o movimento, cerca de 80 famílias estiveram no local, hoje um prédio condenado pela Defesa Civil e onde já funcionou a Seccional do Comércio.
Após algumas horas de ocupação, pelo menos 80 policiais militares e 10 agentes da Polícia Civil, além de agentes da Guarda Municipal, Corpo de Bombeiros e Defesa Civil foram até o local e depois de quase duas horas de negociação, o prédio foi desocupado. Para o MBL, a intenção era alocar as famílias para morarem no lugar.
Durante o processo de desocupação do prédio, a vereadora Lívia Duarte (PSOL) esteve no local e cobrou providências do governador do Estado, Helder Barbalho (MDB). Ela pediu que as famílias fossem alocadas em unidades habitacionais, dando ênfase de que não eram bandidos.
A cobrança parece ter desagradado o governador e sobrou até para aliados. O secretário Municipal de Coordenação Geral do Planejamento e Gestão (Segep), Cláudio Puty, que também é marido da vereadora Lívia, usou as redes sociais para reclamar de uma nota publicada hoje, 29, no jornal controlado pela família Barbalho.
Ele diz que está sendo atacado por conta da presença da esposa na ocupação do prédio do governo do Estado. Além disso, ressaltou que a presença dela foi fundamental para resolução pacífica do conflito.
A nota diz que o partido do prefeito Edmilson Rodrigues, o PSOL, estaria de olho em Puty porque ele estaria privilegiando os projetos políticos dele e da esposa dentro da pasta que ocupa na prefeitura, chegando a inaugurar obras sem a presença do chefe do executivo municipal. Mas na nota, uma gafe: trocaram o nome da esposa do secretário pelo de uma deputada federal, também do PSOL.
O presidente estadual do PSOL, o geógrafo Adolfo Oliveira Neto, saiu em defesa de Puty, dizendo que o jornal dos Barbalhos “tenta ser o dono da imprensa paraense e tenta destruir reputações”. Ressaltou que o termo correto para a nota do jornal seria “notinha”.
