Helder e Jatene receberam doações na época em que empresas já eram investigadas. |
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Carlos Mendes
Belém – O ministro dos Portos, Helder Barbalho, filho do senador Jader Barbalho (PMDB-PA), recebeu R$ 5,8 milhões de empresas envolvidas na operação Lava Jato, que apura pagamento de propina a políticos e servidores públicos arrolados no esquema do Petrolão. O dinheiro, em cheques nominais, foi entregue para campanha de Barbalho ao governo do Pará, em 2014, quando ele foi derrotado por Simão Jatene (PSDB), reeleito governador, que também recebeu R$ 2 milhões de empresas envolvidas no mesmo caso. Os valores foram declarados à Justiça Eleitoral pelos dois candidatos.
Ocorre que as empresas, à época das doações, já eram investigadas pela Polícia Federal e Procuradoria da República. Entre as que financiaram Barbalho e Jatene aparecem as construtoras Andrade Gutierrez, OAS, Norberto Odebrecht e Queiroz Galvão, além das empresas Braskem Petroquímica e JBS (Friboi).
Segundo levantamento feito pelo Estado, Barbalho recebeu os seguintes valores: R$ 900 mil, da Construtora Andrade Gutierrez; R$ 1 milhão, da Braskem Petroquímica; R$ 2,175 milhões, da JBS (Friboi); R$ 1,2 milhão, da Norberto Odebrecht; e R$ 530 mil, da Construtora Queiroz Galvão, totalizando R$ 5,805 milhões.
Jatene, por sua vez, recebeu R$ 400 mil da Construtora OAS; R$ 225 mil, da Queiroz Galvão; R$ 1.075, da Norberto Odebrecht; R$ 560 mil da Braskem Petroquímica; R$ 420 mil, da Tiisa Infraestrutura; e R$ 500 mil da JBS Alimentos ( Friboi), perfazendo o total de R$ 2,106 milhões.
Pelos valores entregues pelas empresas ao comitê das duas campanhas, a de Barbalho faturou quase três vezes mais que a de Jatene. Juntos, eles receberam R$ 7,8 milhões.
As respostas de cada um
Barbalho está “em férias”, segundo sua assessoria, mas declarou que todas as doações foram feitas respeitando a legislação eleitoral. “Foram devidamente registradas e as contas foram integralmente aprovadas pela Justiça Eleitoral”, afirma o ministro em nota enviada ao Estado.
Perguntado como se sente em razão de seus doadores de campanha estarem hoje na cadeia, respondendo pelo pagamento de propina a políticos e servidores federais, o ministro disse que não cabe a ele “fazer qualquer juízo de valor sobre empresas ou pessoas que são alvo de operações da Polícia Federal ou de processos na Justiça”.
O ministro também afirmou “não caber esse tipo de afirmação”, ao ser indagado se as doações por empresas envolvidas com corrupção comprometeriam sua permanência no ministério.
Jatene foi procurado, mas sua assessoria disse que quem falaria por ele era o PSDB estadual. O partido informou que o governador “não tem seu nome envolvido em qualquer tipo de denúncia da operação Lava Jato”. Segundo os tucanos, as doações citadas foram recebidas “obedecendo rigorosamente a legislação então em vigor, devidamente registradas e declaradas junto ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE)”.
O PSDB declarou que os valores das doações “são definidos pelas empresas doadoras”, observando a estimativa de despesa entregue pela coligação no ato de inscrição da chapa no TRE.
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