Policiais militares de Porto Velho, capital de Rondônia, faziam blitz em uma rua da cidade quando se depararam com uma estranha figura. Cara de poucos amigos, óculos escuros e barba. Desconfiados, pediram que ele se identificasse. Ele dizia se chamar Sebastião Luiz da Silva.
Os militares solicitaram os documentos e tomaram um susto. Sebastião dizia ser general. E não era um general qualquer. Era general do Exército Colonial Brasileiro. Para completar, ainda tinha um crachá de Agente Secreto Especial, emitido por um tal Ministério Federal.
Foi preso na hora. A “carteirada”, de tão inusitada, foi motivo de risos entre os militares da PM. Erros grosseiros no nome da presidente da República, que supostamente teria assinado a patente de general do “Agente Secreto Especial”. Em vez de Dilma Vana Rousseff, a presidente era Dilna Vania Roussett. O patrono do Exército Brasileiro, Luiz Alves de Lima e Silva, o “Duque de Caxias”, também referendava a patente de general de Sebastião.
Na carteira do nosso “general” estava escrito que o Ministério do Exército Colonial Brasileiro havia sido criado pela lei 001, de 6 de janeiro de 1808, promulgada pelo imperador D. João VI°. A falsidade ideológica de Sebastião parece que o fez modificar a história do Exército Brasileiro. Na verdade, em 1815, com a elevação da colônia à categoria de reino muitas tropas regulares de Portugal desembarcaram no Brasil.
A primeira foi a divisão do Visconde da Laguna, Carlos Frederico Lecor.
Esta época foi de importância extrema para a organização do sistema
militar brasileiro. Começou a haver maior autonomia em relação a
Portugal culminando com a criação do Ministério da Guerra e a centralização de todas as forças militares de terra.
Esta época foi de importância extrema para a organização do sistema
militar brasileiro. Começou a haver maior autonomia em relação a
Portugal culminando com a criação do Ministério da Guerra e a centralização de todas as forças militares de terra.
Mercenários (como Lorde Cochrane) foram contratados para combater a Revolução Pernambucana e acabaram compondo o primeiro oficialato fixo das forças armadas brasileiras. Logo após a independência, em decreto mandado redigir por D. Pedro I, em 1º de dezembro de 1824, foram organizadas as forças militares brasileiras.
“Sou secreta” – A fraude documental de Sebastião Luiz da Silva faz lembrar um episódio ocorrido nos anos 70, em Belém, em plena ditadura militar. Quem frequentava o famoso Bar do Parque, na Praça da República, costumava sempre encontrar em uma das mesas um tipo esquisito, barbudo e de óculos escuros. Reduto de comunistas e socialistas, o bar também era frequentado por agentes do temido Serviço Nacional de Informações, o SNI.
Aquele tipo, porém, era desconhecido por todos, inclusive pelos próprios agentes do SNI. O problema é que, nas altas horas da madrugada, depois de tomar todas, a figura subia nas mesas e começava a gritar que era “secreta”, que não gostava de comunistas. Ficou conhecido como o “secreta”. Quando aparecia na praça, o pessoal dizia: “ih, lá vem o chato do “secreta”.
E o cara enchia o saco. Mais que o bucho de cachaça.
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