Cansados e revoltados com o descaso da Companhia de Saneamento do Pará (Cosanpa) moradores da Vila Santiago, na rua Domingos Marreiros, entre as travessas Três de Maio e 14 de Abril, no bairro de Fátima, protestaram contra a falta de água. Um vídeo enviado ao Ver-o-Fato mostrou o momento do fechamento da rua.
A denúncia deles é que a água sumiu das torneiras há seis dias e não voltou mais. Segundo os manifestantes, a Cosanpa foi acionada, mas nada fez. Com pneus e pedaços de pau atravessados na rua, eles fecharam a pista da Domingos Marreiros – de intenso tráfego diário – ateando fogo e espalhando fumaça pela área.
Com medo de avançar e provocar represálias, motoristas pararam seus veículos, provocando grande engarrafamento. Os manifestantes afirmam que a interrupção do tráfego foi um gesto de indignação pela forma como são tratados pelo governo do Estado, privando de água quem precisa cozinhar refeições, tomar banho e realizar outros afazeres domésticos.
” É muito desaforo e agressão contra quem paga seus impostos, mas é tratado pior do que animais”, declarou um dos prejudicados. A Polícia Militar esteve no local e liberou a via no começo da tarde desta sexta-feira, 21.
Mudança de tubulação
A presença ainda pela manhã de uma equipe municipal para fechar um buraco na rua foi o estopim do protesto. Só depois de muita discussão, a Cosanpa apareceu e resolveu trabalhar para fazer a água voltar às torneiras.
De acordo com explicação de um funcionário da Cosanpa, o problema é que rede antiga foi desligada para gerar abastecimento na rede nova. Com isso, água foi embora, mas voltou à tarde, com a religação à nova rede.
A pergunta é: mas foi preciso esperar seis dias pela “boa vontade” da Cosanpa? Ou isso é rotina de tortura contra moradores da Vila Santiago e de outros bairros de Belém que padecem todos os dias sem água, ou consumindo água podre e fedorenta?