O prefeito Victor Cassiano (MDB) está fazendo coisas no município que até Deus duvida. Sob investigação do Ministério Público por inúmeras irregularidades em outros setores da prefeitura, ele aprontou mais uma: apropriou-se de uma ambulancha UTI sem pagar o empresário.
Cassiano, em setembro do ano passado, conforme ampla divulgação feita pelo próprio prefeito em suas redes sociais, promoveu uma festa para propagar a “aquisição” da tal ambulancha. Entre autoelogios e discurso populista para a população, ele alegou que o processo licitatório já estaria em fase final. Não era verdade.
“Olá pessoal, passando para convidar vocês para entrega da primeira Ambulancha UTI do município de Cametá. É nesta sexta-feira, às 16h, no salão comunitário do Jorocazinho de Baixo. Uma conquista histórica de grande importância para saúde do nosso povo ribeirinho! Seguiremos trabalhando e cuidando da saúde de toda nossa população”, postou o prefeito no Instagram..
No dia da entrega da ambulancha, Cassiano fez nova postagem, abaixo:
Verdade nua e crua
O que aconteceu, na verdade, foi o seguinte: o empresário tinha uma ambulancha UTI para vender, enquanto o prefeito queria o veículo para pronta entrega, dizendo que havia urgência e o processo iria demorar. Houve negociação entre ambos, ficando a prefeitura comprometida em pagar à vista o valor da ambulancha, que era R$ 230 mil.
Ocorre que Cassiano não pagou o valor acordado, justificando que o processo licitatório estaria em andamento. Nada disso aconteceu. Em resumo: o prefeito não pagou e nem abriu licitação. O fato é que a ambulancha está em situação totalmente irregular, prestando serviço à população, mas sem qualquer documento de venda em poder da prefeitura.
Pelo que se entende do caso, o empresário entregou a ambulancha UTI ao prefeito por acreditar que ele iria cumprir a palavra com o negócio fechado, fazendo legalmente o processo de aquisição do veículo, o que não fez. Para piorar, não houve licitação ou sequer dispensa.
Essa situação coloca o prefeito numa saia justa que pode redundar, caso haja denúncia à Justiça Eleitoral, na cassação do mandato dele. E se o Ministério Público entrar na parada, a situação ficará insustentável para Vitor Cassiano.
O Ver-o-Fato tentou falar com alguém da prefeitura ou mesmo com o prefeito para ele se manifestar sobre a compra da ambulancha UTI, mas não houve sucesso. O espaço está aberto à manifestação do alcaide.