Após a publicação de duas matérias pelo Ver-o-Fato – nos últimos dias 7 e 14 passados – relatando, inclusive com decisões judiciais, perseguição e assédio moral contra servidores públicos, incluindo o que ocorre com a auditora de finanças e controle, Vanda Araújo Neves, e outro auditor de finanças e controle, Renato Almeida, que protocolou denúncia na Correição da Controladoria Geral contra conduta da senhora Alegria Leite, controladora adjunta de Controle Interno. Renato igualmente estaria sendo vítima de assédio moral no trabalho. Tudo dentro da sede Controladoria Geral do Estado (CGE)
Mas isso não é tudo. Outra grave denúncia também chegou ao conhecimento do Ver-o-Fato: Alegria Leite teria dado ordem para que supostos dados falsos fossem inseridos em um sistema chamado SIGPLAN, para inflar o número de auditorias realizadas no final de 2023 e assim parecer que sua gestão é competente e entrega mais resultados.
O sistema SIGPLAN é um sistema gerido pela SEPLAD que é usado para monitorar o desempenho das ações do governo, acompanhando se as metas definidas são cumpridas pelos órgãos ao longo de cada ano.
Em 2023, a CGE tinha a meta de realizar 450 auditorias, mas na verdade realizou 322. Para sustentar a narrativa de que é competente e assim poder continuar perseguindo e assediando servidores do órgão, a senhora Alegria Leite deu a ordem para serem inseridos no sistema SIGPLAN mais de 1.000 auditorias que na verdade não existiram. Ficando registrado no SIGPLAN que a CGE realizou 1377 auditorias em 2023.
Por incrível que parece, todas essas informações estão disponíveis, até a presente data, para acesso público em documento oficial da CGE disponibilizado em seu próprio site: trata-se do Relatório de Gestão CGE 2023.
Estão registrados nesse relatório a meta correta de 450 auditorias, o número correto de 322 auditorias realizadas e o número final falso de 1377 inserido/registrado no sistema SIGPLAN. Os planos da senhora Alegria Leite não deram certo porque o Relatório de Gestão foi feito por outra Controladoria Adjunta do órgão que não compactuou com a trama e fez constar somente as informações corretas.
O Ver-o-Fato teve acesso a arquivos eletrônicos que comprovam que a senhora Alegria Leite deu a ordem para serem inseridos os dados supostamente falsos no sistema SIGPLAN.
O Controlador Geral Ozório Juvenil – que juntamente com a senhora Alegria Leite, embora acionados pelo portal de notícias a apresentar suas versões sobre as denúncias, defender-se e estabelecer o contraditório, mas se negam a fazê-lo – fará um bem à gestão dele se autorizar que todas essas denúncias sejam devidamente investigadas pela Correição do órgão. Caso isso não ocorra, um grupo de auditores está se formando para procurar o Ministério Público e o TCE.
Mais estranho do que o silêncio da direção da CGE sobre as denúncias já publicadas, com reiterados pedidos de manifestação, é também o silêncio sepulcral da Secretaria de Comunicação do governo Helder Barbalho, que parece alheia ao desgaste que isso causa à imagem do próprio governo.
Os fatos relatados nesta matéria podem configurar crime previsto art. 313-A do Código Penal (Inserção de dados falsos em sistema de informações) e, além disso, tentativa de fraudar a avaliação feita pela SEPLAD sobre os programas de governo e, principalmente, burlando a prestação de contas do órgão entregue ao TCE.
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