Mal começou 2025, e a política paraense já vive um de seus primeiros grandes episódios. A vice-governadora do Pará, Hanna Ghassan Tuma, foi surpreendentemente deslocada para a Secretaria de Planejamento e Administração (Seplad), em uma movimentação decretada como urgente pelo governador Helder Barbalho. A portaria oficializando a mudança foi publicada nesta quinta-feira, 2, no Diário Oficial do Estado (DOE).
Quem estava no comando da Seplad era Renata Mirella Freitas Guimarães de Souza Coelho, que agora, segundo a portaria assinada pelo governador, assumirá definitivamente a direção do Departamento Estadual de Trânsito (Detran), cargo que era ocupado por ela de forma interina, acumulando-o com o comando da Seplad.
A decisão do governadorr repercutiu como uma bomba nos bastidores políticos, especialmente entre os servidores da Seplad. “Será que a Hanna vai voltar com mais força e não conceder os benefícios que temos direito e que são dados ao pessoal da Sefa, de onde ela é originária e recebe salário mensal de R$ 90 mil?”, diz um servidor.
A queixa é de que Hanna, que já esteve na direção da Seplad, nunca valorizou os bons quadros técnicos do órgão, criando um clima pesado enquanto esteve por lá.
Para uma fonte do Palácio do Governo, o novo cargo de Hanna é mais do que uma simples troca de funções: é um sinal claro de que ela está sendo afastada da possibilidade de suceder Helder Barbalho em 2026. “O Helder já sentiu que a vice não emplaca, não tem empatia política, e começa a trabalhar outro nome para o governo”, confidenciou a fonte ao portal Ver-o-Fato.
Inferno astral nas contas
Com o novo desafio, Hanna enfrentará um cenário crítico: o Pará vive um verdadeiro “inferno astral” nas contas públicas. Na Seplad, a vice-governadora será responsável por tentar corrigir problemas graves que já afetam diversos setores do governo, incluindo retenções de orçamento, atrasos em repasses, dificuldades no pagamento de servidores e até demissões.
A nomeação, vista como um gesto de alta carga simbólica, sugere que Helder aposta alto em reconfigurar o jogo político estadual. Entretanto, lançar Hanna em uma posição tão delicada, em um momento de crise, é percebido como uma “fornalha” na qual a vice-governadora pode se queimar ainda mais.
Com os problemas que a Seplad enfrenta, o desgaste é inevitável, o que complica ainda mais qualquer projeto de candidatura dela ao governo estadual”, avalia outra fonte baseada na família Barbalho.
“Essa mexida deixa claro que a vice-governadora está em uma posição política extremamente desconfortável. Helder optou por colocá-la em uma função que dificulta ainda mais a construção de sua candidatura para 2026. Caso consiga tapar os buracos do governo, ganhará fôlego. A missão é desafiadora.
Se a estratégia dará frutos para o governador ou se representará um revés ainda maior para sua vice, os próximos meses dirão. O que é certo é que o cenário político paraense começa o ano com as engrenagens em alta rotação.
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