Temas nacionais, os projetos, o partido União Brasil, a candidatura à reeleição. Em entrevista ao Ver-o-Fato, o deputado federal Celso Sabino trata de questões que dizem respeito aos brasileiros, como a conjuntura econômica, e inflação, que ele diz estar “mais ou menos equilibrada”, com relação ao perído anterior à pandemia. “A taxa de juros está segurando a inflação”, sustenta.
Segundo Sabino, como deputado, ele tem participado de decisões que afetam o cotidiano das pessoas, trabalhando para melhorar as condições de vida da população.Sobre a reforma tribuária do imposto de renda, da qual foi o relator, o parlamentar afirma que ela mexe com estruturas que estão aí há tempos, “como os mais ricos não pagarem impostos sobre seus lucros”. E ressalta que ela, por ser estrutural, “tem seus efeitos a longo prazo”.
Também aborda projetos apresentados e relatorias que passaram por seu gabinete, como as das leis Sansão – que aumentou a pena contra quem maltrata os animais – e Aldir Blanc, de incentivo à cultura.
A respeito de apoios à eleição para o governo do estado e presidência da República, Celso Sabino explica porque estará ao lado do governador Helder Barbalho. No plano nacional, revela que seu partido o União Brasil, liberou os parlamentares para apoiar um candidato que esteja alinhado com a direita. Por fim, ao se declarar pré candidato à reeleição, manda sua mensagem aos eleitores paraenses.
Veja, abaixo, a íntegra da entrevista:
Deputado, que avaliação do sr. faz da atividade parlamentar em Brasília, como um dos 17 representantes do estado, e de que forma essa representação é exercida em favor daqueles que o elegeram?
É importante entendermos que, mesmo sendo eleitos, os papéis dos parlamentares têm algumas peculiaridades. Um senador, por exemplo, é um representante da federação, atua na Casa dos Estados. A Câmara dos Deputados representa a Casa do Povo. Então, o deputado é um representante do povo, o que nos dá uma responsabilidade maior. Então, no meu mandato, o mais importante é estar efetivamente participando de decisões que afetam o dia a dia das pessoas, melhorando as condições de moradia e saúde, participando de medidas que afetam a economia de um modo geral.
Prestes a completar quatro anos de mandato, como o sr. vê a atual conjuntura nacional? Acredita que o país, nos pós-pandemia, está melhor ou pior do antes?
É verdade que a taxa de inflação acelerou ao longo de 2020 e 2021, por conta da pandemia. Mas, se você observar, a taxa de inflação nos últimos meses está mais ou menos equilibrada. O problema que, além da pandemia, tivemos um novo choque, agora do petróleo, que tem a ver mais com a guerra. Ou seja, vamos ter mais uma pressão inflacionária, mas o Banco Central já está atuando no sentido de aumentar a taxa de juros e consequentemente segurar a inflação. A expectativa, de acordo com os especialistas, é que possamos fechar o ano com uma taxa de inflação próxima à 6,5%, quando hoje está na casa dos 11%. Do lado do crescimento da economia, nós temos uma situação curiosa. Você tem, por um lado, uma taxa de juros real bastante elevada com a política monetária mais dura. Mas você tem dois fatores que podem beneficiar a economia em 2022. O fim da pandemia, o que faz com o que o setor de serviço tenha tido um crescimento da taxa substancial. Além disso, tivemos a redução na taxa de desemprego com a abertura de 9 milhões de novos postos. A queda dos rendimentos tá sendo compensada pela geração de emprego.
Quais projetos e iniciativas de sua autoria mais atenderam às expectativas dos eleitores e por quais motivos? O senhor poderia detalhá-los.
Acredito que a aprovação da reforma tributária, do qual fui relator, foi a medida mais importante que aprovamos. É uma medida estrutural e mexe com estruturas que estão aí há tempos, como os mais ricos não pagarem impostos sobre seus lucros. O que é importante ressaltar é que uma reforma estrutural tem seus efeitos a longo prazo. Não é imediato. Por exemplo, a taxa de investimentos era de 14% do PIB em 2019 e hoje temos algo em 19,2% em 2021, com uma pandemia no meio. Isso já pode ser resultado das reformas microeconômicas que foram implementadas depois de aprovadas pelo Congresso, como a reforma trabalhista, liberalização da terceirização, reforma da previdência, autonomia do BC, fim da TJLP, reforma do mercado de crédito e mercado de capitais, novo marco do saneamento, novo marco das Ferrovias. Todos passaram pela Câmara dos Deputados.
Outra lei importante que fui relator foi a Lei Sansão, que elevou a pena de prisão de 1 para até 5 anos de reclusão fazendo com que quem comete maus tratos à animais realmente vá preso, medida importante em uma causa em que tenho uma longa atuação com muitos projetos apresentados e aprovados em minha vida parlamentar, e mais recente a relatoria da Lei Aldir Blanc 2 que é um projeto muito importante para a economia e a cultura brasileira, que sustenta mais de 830 mil empregos diretos ou indiretos.
A destinação de emendas parlamentares às vezes gera insatisfações de setores que reclamam não terem sido contemplados. As queixas maiores são de que a classe política visa apenas suas bases eleitorais. O sr. concorda com isso? Explique as razões.
É natural que um parlamentar busque recursos para suas bases, mas até a minha resposta anterior mostra que o que fazemos na Câmara é muito maior, com reformas importantes que muitas vezes não são bem recebidas no curto prazo, mas trazem efeitos positivos ao longo dos anos. Não podemos esquecer que vivemos num País continental. O Pará também é um estado com limites maiores do que muitos países.
Como está o União Brasil e sua organização no Pará, em quantos municípios e quais perspectivas na eleição deste ano? Previsão de eleger quantos deputados?
Estamos com expectativas positivas para o pleito 2022, o partido tem sido bem recebido nos municípios do Pará, até o momento apenas a chapa estadual foi homologada, mas assim que forem liberadas as chapas municipais, sem dúvida, estaremos presente nos 144 municípios do Pará. Montamos uma chapa forte com nomes importantes do cenário paraense, com um potencial de elegermos 6 cadeiras na Assembleia Legislativa e 3 na Câmara dos Deputados ampliando o nosso tamanho atual tanto a nível estadual quanto federal.
O sr. tem manifestado apoio à reeleição do governador Helder Barbalho. Há alguma contrapartida nesse apoio, como participação do União Brasil em órgãos do governo estadual, além de eventual apoio à eleição municipal de 2024?
Nosso apoio ao governador Helder Barbalho foi a escolha do melhor para o estado, vejo ele como o mais preparado dentre os possíveis candidatos ao governo do Pará.
Na eleição presidencial, o União Brasil ficará com o presidente Bolsonaro ou há algum aceno para apoiar Lula ou Sérgio Moro. Como o sr. avalia essas possibilidades?
O presidente Bivar deixou bem claro que vamos atuar de uma forma bem democrática liberando os estados para definirem o seu caminho de quem apoiar na esfera presidencial. Na maioria dos Estados estamos seguindo um posicionamento aliado à direita.
Vamos falar do Pará e suas enormes carências, sobretudo na área social. Quais os maiores problemas hoje do estado e de que maneira o sr. e seu partido poderiam contribuir para minimizar esses problemas?
Vejo que os pontos que precisam de um pouco mais de atenção são o apoio ao jovem, oportunidades de emprego, acesso à cultura, educação e esporte. A União Brasil vem disposto a abrir esse espaço em parceria com o Governo do Estado e com o Governo Federal, desenvolvendo oportunidades à juventude paraense, ampliando vagas de emprego em diversas áreas, qualificando a população e abrindo espaço para o esporte, lazer e cultura além de um forte investimento na educação que está sendo feito pelo Governo Federal.
O sr. é candidato à reeleição. O que faria de diferente com relação ao atual mandato? Sobretudo quanto a apresentação de projetos em favor do país?
Pretendo seguir desenvolvendo projetos importantes e estruturantes para o país como um todo, buscando novas formas de conseguir mais recursos para o estado seja através de emendas ou de projetos como o de compensação às perdas com a Lei Kandir que a partir desse ano está trazendo mais recursos para os municípios do Pará, que são convertidos em serviços e estrutura para o cidadão paraense além de atuar sempre de forma justa em favor da população.
O que diria aos eleitores paraenses neste ano em que irá se submeter ao escrutínio do voto?
O povo paraense é aguerrido, trabalhador, justo, sabe da minha luta na Câmara para buscar o melhor para o nosso estado. Nessas eleições vamos votar no que acreditamos, vamos votar para buscar o Estado e País melhor para nossos filhos. Mais um ano eu me coloco à disposição do povo paraenses para que eles decidam se posso continuar buscando o melhor para o Pará.