Até o momento, apenas uma moradora de Novo Progresso, no Pará, consta na lista oficial do Sistema Penitenciário do Distrito Federal como presa na cadeia feminina da Colmeia, por envolvimento nos atos considerados terroristas de invasão e destruição dos prédios dos Três Poderes, em Brasília, no último domingo (8).
Trata-se de Pâmela Luana Missio, de 39 anos, empresária do setor rural e madeireiro daquele município da Região Tapajós, no sudoeste paraense, que seguiu para Brasília com o marido e outros moradores, também ligados ao agronegócio e ao setor madeireiro, por conta própria.
A caravana ficou acampada na frente do Quartel General do Exército e, no domingo, seguiu com a multidão em direção à Praça dos Três Poderes para participar dos atos criminosos. O marido de Pâmela Missio teria sido preso juntamente com outros moradores de Novo Progresso, mas até o momento as prisões não foram confirmadas. O casal não seria natural do Pará.
Novo Progresso, localizado na Rodovia BR 163, a Santarém-Cuiabá, foi um dos locais onde ocorreram várias manifestações violentas desde o final das eleições presidenciais que deram a vitória para Lula. Insatisfeitos com o resultado e estimulados por Jair Bolsonaro, derrotado no pleito, e outros apoiadores, grupos golpistas interditaram a rodovia e promoveram atos violentos.
Foram registrados, além de bloqueios da estrada com barricadas, enfrentamento à Polícia Rodoviária Federal e disparos de arma de fogo em direção aos agentes de segurança pública. Um inquérito apura as responsabilidades dos envolvidos.
Tudo indica que os mesmos financiadores dos atos antidemocráticos ocorridos na cidade seguiram para Brasília para participar da invasão e destruição dos edifícios dos Três Poderes da República. São empresários instalados no Pará, mas vindos de outros estados do Sul e Sudeste do país, principalmente Paraná, Belo Horizonte e São Paulo.