A cena chocou quem a assistiu: motorista de caminhão boiadeiro arrastou a moto que a educadora trafegava por mais de 200 metros e depois fugiu sem prestar socorro
É com uma mistura de indignação e pesar que relatamos o trágico e absurdo caso da morte da professora Andreia Cristina Rosario de Oliveira, uma vida ceifada em meio ao caos do trânsito brasileiro, marcado por irresponsabilidade e impunidade. Ontem à noite, a cidade de Marabá, no sudeste do Pará, foi abalada por essa fatalidade: uma professora, dedicada e querida por sua comunidade, perdeu a vida de maneira cruel, arrastada por um caminhão na Rodovia Transamazônica (BR-230), em frente ao Partage Shopping Marabá.
O motorista, Dhiames da Silva Araujo, segundo informa o jornal Correio de Carajás, estava embriagado, abandonou a vítima ferida e fugiu.
O caso escancara a irresponsabilidade e o descaso de um condutor que, em estado de embriaguez, assumiu o volante e, consequentemente, a responsabilidade pela vida de outros. Sem frear no sinal vermelho, o caminhão que ele conduzia atingiu violentamente a motocicleta de Andreia, que foi arrastada até em frente à Secretaria Municipal de Obras, numa cena que fere a todos nós, brasileiros, que assistimos, impotentes, à banalização da vida nas estradas.
Dhiames, que apresentava claros sinais de embriaguez, acusou 0,58 mg de álcool por litro de ar no bafômetro — um índice que, sem dúvida, configura crime e reforça o desprezo pela segurança alheia. Em sua justificativa, ele alegou “medo de ser agredido” pela população que se reunia no local, mas qual medo justificaria o abandono de uma mulher ferida na via pública?
Andreia foi socorrida e levada ao Hospital Regional de Marabá, mas não resistiu. Mais uma vida interrompida, mais uma professora que deixa saudades e um vazio incalculável entre seus alunos e colegas de profissão.
Segundo o Correio, a professora Andreia trabalhava com Educação Infantil na Escola Maria de Jesus, onde era reconhecida pela dedicação aos alunos e colegas. No luto, a equipe da escola descreve Andreia como uma amiga, alguém que amava o que fazia e fazia diferença na vida de tantos jovens. Como Letícia Araújo Almeida, da equipe de gestão da escola, expressou: “A professora Andreia não era apenas funcionária da escola Maria de Jesus, era amiga e amava o que fazia, sempre muito responsável e dedicada.”
Clamor por justiça
Este caso de homicídio culposo, previsto no artigo 302 do Código de Trânsito Brasileiro, não pode ser tratado como apenas mais um número nas estatísticas da violência no trânsito. São mortes que se repetem, mas que não podem se tornar comuns.
Precisamos de uma justiça que seja firme e intransigente com aqueles que, com um copo a mais e a imprudência nas mãos, colocam em risco a vida de pessoas inocentes.
O povo brasileiro não pode continuar a assistir passivamente a esses crimes, e é urgente que nossas leis e fiscalização punam, de forma implacável, quem trata o volante com irresponsabilidade. O luto pela vida de Andreia deve servir de alerta para que outras vidas não sejam perdidas da mesma maneira brutal.