Jogo tenso, bem disputado, mas o final foi aquele que as duas torcidas gigantes não esperavam: 0 x 0. O Papão foi melhor no primeiro tempo e construiu duas chances claras de estufar as redes do adversários. Na segunda etapa, o Leão equilibrou o jogo e também desperdiçou chances de marcar, mas foi o artilheiro Nicolas quem perdeu o gol mais feito do jogo: na pequena área, sozinho, ele chutou por cima da trave.
Os dois times disputaram na tarde deste domingo (17h), o 771º clássico entre eles, no Estádio Mangueirão em Belém, pela quinta rodada do Campeonato Paraense 2024. O Paysandu chegou para Re-Pa com a melhor campanha do Parazão, com 100% de aproveitamento, após vencer as três primeiras partidas disputadas no campeonato. Além disso, a equipe Bicolor conta com o artilheiro da competição, Nicolas, que até o início do clássico, tinha 4 gols marcados . Aliás, o “Cavani da Curuzu” é o maior artilheiro do Re-Pa no século XXI, com oito gols em 15 jogos.
O Leão também entrou em campo com 100% de aproveitamento, mas com um jogo a menos, pois na última rodada, o jogo contra Tapajós foi adiado. Mesmo com um jogo a menos, o Leão chegou com o status de matador, pois tem o melhor saldo, com seis gols em apenas dois jogos.
A bola rolou com 2 lindos mosaicos protagonizados pelas duas maiores torcidas do norte do país. Um verdadeiro privilégio assistir e saber que o futebol paraense é um dos poucos lugares no país a protagonizar um espetáculo desta magnitude, pois abriga as duas torcidas no jogo, enquanto em outros estádios inventou-se a presepada de jogo de única torcida.
O jogo começou com um jogo aberto, as duas equipes em busca do ataque mas com o Paysandu mais ligado no jogo que o Remo, tendo a maior posse de bola e frequentando mais o campo de ataque.
Até que aos 7 minutos o primeiro lance de perigo do jogo. Em bola trabalhada no lado direito do ataque bicolor, Jean Dias cruzou e Biel chegou finalizando para linda defesa de Marcelo Rangel. No rebote a bola chega em Nicolas que finalizou em cima da zaga remista. Quase o bicola abre o placar.
Depois disso a postura das equipes foi mudando. O Leão baixou as linhas e ficou em uma postura reativa, tentando armar contra-ataques. Já o Papão tomou conta do campo de ataque, ficou com a bola e dominou as ações. Naquele momento só dava Papão.
Aos 24 minutos, Jean Dias cruzou na medida para Nicolas, que chegou a encostar na bola, mas sem precisão, mandando para fora. Tiro de meta para o Remo. O artilheiro estava sentindo o cheiro do gol.
Aos aos 29 minutos, depois de um discreto ataque dos Remistas, a bola sobrou para Jean Dias que puxou um contra-ataque e tocou para Bryan dentro da área, com liberdade chutar para o gol, a bola bateu na zaga Azulina. Grande chance desperdiçada pelos Bicolores.
E depois da parada técnica o Remo até voltou melhor, tentou pressionar a equipe do Paysandu mas sem eficiência. O tempo passou e foi o fim da primeira etapa.
Equilibrado
Foram 45 minutos com um domínio bicolor em sua maioria. O time Alvi-Celeste se mostrou mais equilibrado, mais bem postado e teve as principais ações da partida. O Remo não conseguiu trabalhar a bola e o seu principal jogador, Camilo, foi anulado, não conseguindo ter a liberdade de criar. 0x0.
Em entrevista o atacante bicolor Jean Dias falou: “Nunca vi algo igual. No segundo tempo, a gente vai se doar para que essa festa continue desse jeito”. O atacante remista Echaporã disse: “Eles estão fisicamente melhor, só que falta a gente ser mais corajoso. Falta a gente terminar mais as jogadas no último terço e consequentemente fazer o gol, e sair com a vitória”.
O segundo tempo começou e o Remo foi pra cima do Papão. Em jogada pela esquerda do ataque a bola sobra para Kelvin, Sozinho, dentro da área, chutar de forma ridícula, a bola quase foi para trás. Grande chance perdida pelo Leão.
Depois disso as duas equipes claramente sentiram o cansaço do corrido primeiro tempo. O nível técnico caiu, não se via jogadas no ataque e o jogo ficou truncado e com baixa qualidade técnica. As torcidas imploravam por um lance individual, um lampejo de talento futebolístico nessa segunda etapa.
E aos 35 minutos, uma das raríssimas finalizações na segunda etapa. Em jogada pela direita do ataque, Paulinho Curuá chuta cruzado, o goleirão bicolor deixa escapar e a bola passa por debaixo do arqueiro. Quase um frangaço. A bola saiu para fora, raspando a trave.
E a resposta do Papão foi aos 39. Em jogada pela direita do ataque bBicolor, a bola sobra “ajeitadinha” para o pé direito de Nicolas, o artilheiro chutou pra cima e perdeu um gol que não se perde. .
Depois disso não teve tempo para mais nada e foi o fim do jogo. Foi um jogo que o primeiro tempo foi de amplo domínio bicolor e na segunda etapa o gás das equipes acabou e com isso o nível técnico baixou, foram poucas ações ofensivas e raríssimos chutes ao gol e quando as as finalizações apareceram foram longe do gol.
Escalações:
Paysandu: Matheus Nogueira; Edilson (João Vieira), Wanderson, Lucas Maia e Kevyn; Gabriel Bispo, Val Soares e Biel (Robinho); Jean Dias, Nicolas e Bryan Borges (Vinicius Leite) – Técnico: Hélio dos Anjos
Clube do Remo: Marcelo Rangel; Vidal, Ligger Ícaro, Reniê (Icaro) e Raimar; Daniel (Renato Alves), Pavani (Jaderson) e Camilo; Marco Antônio (Paulinho Curuá), Ytalo e Echaporã. – Técnico: Ricardo Catalá.
Local: Mangueirão – Belém (PA)
Arbitro: Olivaldo José Alves Moraes (FPF)
Assistentes: Luis Diego Nascimento Lopes (FPF) e Ederson Brito de Albuquerque (FPF)
Cartões amarelos: Edilson (PAY) e Daniel e Ytalo (REM)
Renda e público: não fornecidos
MELHORES MOMENTOS: