O Ministério Público Eleitoral (MPE) deve abrir os olhos para a campanha eleitoral antecipada – disfarçada de “ação social”, como consultas e serviços médicos patrocinados por políticos, com ou sem mandato -, mirando o pleito de 2022 para cargos no Executivo e Legislativo.
No Pará, a coisa já desandou e alcança o nível do abuso, desequilibrando a eleição a favor do poder econômico. Ou seja, não há paridade de armas no convencimento aos eleitores. A apelação é tamanha que o assistencialismo eleitoreiro nem se dá ao trabalho de esconder a cara.
Eleitores de alguns municípios, indignados, mandam fotos ao Ver-o-Fato, sobre o que andam fazendo, por exemplo, os deputados estaduais Renilce Nicodemos (MDB) e Hilton Aguiar (DEM). A dupla de parlamentares, segundo as denúncias, usa carretas e consultórios médicos ambulantes para caçar eleitores, sob o argumento de que estão utilizando recursos de emendas para ajudar a população necessitada.
Neste final de semana, uma dessas carretas estava percorrendo Altamira e região da Transamazônica. Vale lembrar que, por menos do que isso, em passado recente, alguns deputados tiveram o mandato cassado por abuso de poder político e econômico.
Contudo, ainda de acordo com os denunciantes, isso parece não afetar a disposição de Renilce Nicodemos e Hilton Aguiar de manter suas carretas a pleno vapor nas ruas do estado, nas barbas do Ministério Público.
O Ver-o-Fato não conseguiu falar com os dois deputados, mas aproveita para abrir espaço a eles para que prestem esclarecimentos sobre as graves denúncias dos eleitores.
E aproveita, também, para alertar o MPE sobre essa prática que, entra e sai eleição, muda exatamente para que tudo continue como sempre esteve. Resta saber até quando.