A funkeira e youtuber Dani Russo explicou nos últimos dias a seus 13 milhões de seguidores no Instagram o motivo de seu sumiço nas redes sociais: uma crise ligada à Síndrome do Pensamento Acelerado, com a qual teria sido diagnosticada em 2021, e teve de ser internada. “Estou sendo medicada. Já já está tudo ‘ok’”, disse.
Na época do diagnóstico, ela se tratava de ansiedade e depressão e, conta, era hospitalizada a cada três meses com insônia, dor no estômago, vômitos e dificuldade para comer.
Na Síndrome do Pensamento Acelerado, as origens podem ser quadros de transtornos como ansiedade, bipolaridade e Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH), e até ser efeito do uso de drogas, como cocaína.
Do ponto de vista da psiquiatria, o pensamento humano é classificado em três graus, “Há o pensamento com o curso normal; o acelerado, quando ele começa a ser tão rápido que temos dificuldade para expressá-lo, a taquipsiquia; e pode estar lentificado em algumas condições psiquiátricas, a bradipsiquia”, diz Mario Louzã, do Ambulatório de TDAH em Adultos do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP.
Segundo ele, a aceleração do pensamento pode ser percebida no discurso do paciente, ou relatado por ele, que muitas vezes se queixa que não acompanha o ritmo do próprio raciocínio. Uma vez percebido, é preciso identificar a doença de base. “A aceleração abre um leque de possíveis doenças, e você precisa fazer o diagnóstico diferencial, porque os tratamentos serão variados conforme a doença”, explica Louzã.
COMO TRATAR
Se a doença base for o transtorno de ansiedade, o tratamento contempla medicamentos ansiolíticos ou antidepressivos que também tenham ação ansiolítica. No transtorno bipolar, os remédios buscam controlar a aceleração do pensamento e estabilizar o humor. Por fim, diagnosticados com TDAH são tratados com medicação para diminuir a hiperatividade física e mental.
Para a psicóloga Maura de Albanesi, além de associado a doenças de ordem psíquica, o pensamento acelerado pode corresponder a um hábito adquirido, ligado a situações de estresse. “É um piloto automático que diz o tempo todo: ‘estou com problema’. E isso traz falta de sono, traz hipersensibilidade, irritablidade.”
Segundo ela, esse quadro emocional está frequentemente ligado à percepção de que só é possível ser valorizado quando é útil e produtivo. Pode ser tratado com acompanhamento psicoterapêutico que, dependendo do caso, será aliado ao tratamento psiquiátrico medicamentoso. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.