Uma tropa da Polícia Militar especializada em prender e enfrentar assaltantes de bancos deslocou-se de Belém, na manhã de hoje, para o município de Cametá e região, onde começou a caçada aos bandidos que levaram o terror ao município banhado pelo rio Tocantins, na madrugada de hoje.
O governador Helder Barbalho também esteve em Cametá para ver de perto o rastro de medo, pânico e destruição deixado pelo grupo de pelo menos 10 bandidos ligados a facções criminosas.
A área de inteligência policial também começou um levantamento sobre as pistas deixadas pelos criminosos, que utilizaram estradas e rios para entrar e sair de Cametá. De acordo com as primeiras informações apuradas pelos policiais, durante a fuga os bandidos deixaram uma caminhonete com explosivos no km 15 da estrada que liga Cametá a Tucuruí. Moradores também apontaram possíveis locais para onde os criminosos teriam fugido.
Mais explosivos também foram encontrados no km-40 da BR-422, ainda em Cametá. Eram “bananas” de dinamite da quadrilha que ficaram para trás na hora da fuga. Segundo a PM, já no km-80 da BR-422, dentro porém do município de Baião, foi encontrado um veículo dentro do rio Itaperuçu. Esse veículo provavelmente foi usado para auxiliar na fuga dos criminosos.
Não está descartado o fato de eles terem utilizado as florestas da região para se esconder e dar “um tempo” até que as buscas policiais arrefeçam e eles possam sair com tranquilidade. A ordem, contudo, é encontrá-los e prendê-los, pois se trata de bandidos de altíssima periculosidade. A PM se diz preparada para um confronto, se isto for necessário. Dois helicópteros da polícia vasculham a região.
Os veículos encontrados pelos policiais já estão em poder do Centro de Perícias Científicas Renato Chaves para análises e possíveis identificações de digitais dos bandidos para ser comparadas com as fichas criminais de integrantes do PCC, Comando Vermelho e de outras organizações criminosas contidas nos arquivos da Polícia Civil e Secretaria de Segurança. Também já foram solicitadas todas as imagens de câmeras de segurança para ajudar no trabalho de identificação dos integrantes da quadrilha.
“Temos que estar alertas porque uma quadrilha como esta, quando faz uma operação desta dimensão, isso custa muito dinheiro e nós temos que estar atentos e alertas na região. Todo o sistema de segurança está em alerta, para evitar que porventura eles tentem uma nova ação em outros municípios, em outras unidades bancárias”, afirmou o governador Helder barbalho..
Helder garantiu, após contato com a gerência do BB em Cametá, que os bandidos nada levaram em dinheiro. “Erraram o cofre. A quadrilha não obteve êxito. No momento da incursão interna, a quadrilha acabou errando o cofre e não levando nenhum valor da agência bancária”, resumiu o governador.

Redução de assaltos nas agências foi de 80%, diz Segup
Mesmo com o fato ocorrido na madrugada desta quarta-feira (2) na cidade de Cametá, distante a 234 quilômetros da capital paraense, a Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social do Pará (Segup) aponta redução de 80% nos casos de roubos a agências bancárias na modalidade conhecida como “vapor” ou “novo cangaço” no Estado, diz informação da Agência Pará..
No período de 1º janeiro a 2 de dezembro deste ano, esse tipo de crime reduziu de 15 para três, se comparado ao mesmo período de 2019. Os dados destacam que as ações integradas e de inteligência estão alcançando o seu objetivo: reduzir os índices criminais. De acordo com a Segup, o que ocorreu em Cametá foi um registro pontual.
Os episódios deste ano foram registrados em Ipixuna do Pará, em janeiro, São Domingos do Capim, em abril e ontem, em Cametá. Este ano, houve ainda a prisão de 36 pessoas envolvidas em roubos a bancos na modalidade “novo cangaço”; apreensão de 17 armas longas e 300 quilos de explosivos. Todas as quadrilhas responsáveis por ações caracterizadas como “novo cangaço”, em 2019 e 2020, foram desarticuladas.
A última morte registrada de transeunte ou refém durante uma ação como essa foi registrada em 2015, na cidade de São Geraldo do Araguaia. A integração entre as inteligências de cada instituição proporciona a troca de informações evitando que muitos roubos não cheguem a ser concretizados.
“Nós já estamos com toda a equipe da Polícia Militar, Polícia Civil, Centro de Perícias Renato Chaves e o apoio inclusive de peritos da Polícia Federal, para que nós possamos, o mais rápido possível, esclarecer este lamentável episódio ocorrido durante o final da noite e a madrugada aqui em Cametá. Nós comparamos os anos de 2018, 2019 e 2020, observando que tivemos 19 assaltos a banco em 2018, 15 assaltos a banco em 2019, e este é o terceiro assalto a banco, portanto, as ações de inteligência têm inibido e evitado que ações como esta, de quadrilhas especializadas em assalto a banco possam continuar agindo.
Agora, claro que nós não estamos imunes a um episódio dramático como viveu a população de Cametá , por isto que estamos com toda a estrutura para repreender e efetivamente fazer com que esta quadrilha possa ser presa e possa não mais em circulação, seja no baixo Tocantins seja em outras regiões do Estado”, ressaltou , Helder.
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