O arquiteto, mestre em Planejamento do Desenvolvimento, doutor em Geografia Humana, professor da Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA) e deputado federal pelo Psol, Edmilson Rodrigues, é o novo prefeito de Belém do Pará, eleito em segundo turno contra o delegado da Polícia Federal, Eguchi, do Patriota. O vice é o deputado estadual Edilson Moura, do PT. Chapa comunista.
Foram eleitos pela classe média para cima, o pessoal que quer Estado forte para melhor tirar o sangue da pobreza; os que querem o desarmamento da população; e a turma do lock down, a quarentena radical, aquela em que a polícia, quando pega alguém na praia, desce a porrada na cara e leva no camburão para a jaula.
“Nós vivemos um momento de crise, uma crise profunda. Belém é uma cidade periférica, é uma grande e linda metrópole, mas precisa ser bem cuidada e vamos precisar das mãos de todos. De lado a lado, de braços cruzados, reconstruir a unidade do nosso povo, na construção de dias melhores. Agora sou prefeito de todos os belenenses. E é com esse sentimento, esse princípio de amor por todo o povo, com carinho muito especial aos que passam fome, aos desempregados, aos que sofrem com os alagamentos, porque há desigualdades e nós queremos diminuí-las. É dessa forma que Belém vai ser mais justa, mais feliz” – disse o prefeito eleito.
Fará isso? Ele já foi prefeito de Belém durante oito anos, de 1997 a 2005; também já foi deputado estadual três vezes e está no segundo mandato como deputado federal, mas, durante todo esse tempo, Belém só vem piorando; seu patrimônio arquitetônico e histórico está indo para a fossa, juntamente com alguns bairros que se equilibram sobre dejetos.
A coligação de Edmilson é “Belém de Novas Ideias”, ideias saídas da cabeça do pessoal do PSOL, PT, PCdoB, PDT, PCB, Rede e UP.
O governador do Pará, Helder Barbalho, do famigerado MDB, grande aliado do PT e de qualquer um que chegue ao poder, está exultante. “Acabo de falar com o prefeito eleito de Belém, Edmilson; que 2021 seja o começo de uma grande parceria para o desenvolvimento da cidade. Contem comigo e com o Governo do Estado do Pará. Parabéns!” – comemorou.
Já o atual prefeito de Belém, Zenaldo Coutinho, do PSDB, disse: “O prefeito eleito me ligou agora. Transmiti meu desejo de sucesso na administração e já vamos marcar o início da transição com toda transparência e seriedade que o povo merece, e é imperativo da democracia”.
Zenaldo que administra Belém há oito anos, entregará a Edmilson uma cidade mais caótica do que ele encontrou; com os mesmos miasmas de um sistema de esgoto em colapso, bairros que sobrevivem sobre a merda, trânsito infernal e prédios tombados caindo. O sistema de transporte fluvial público que prometeu nunca saiu da cabeça dele.
A administração de Zenaldo Coutinho foi tão desastrada que praticamente selou o fim da hegemonia tucana no Pará. O caso de Zenaldo é intrigante. Bem preparado, como prefeito parece que sua luz se apagou. Sua administração só serviu para uma coisa: alimentar um gigantesco poleiro de empregos dos apaniguados dos tucanos. Foi uma farra. E o Psol e o PT vêm famintos: vão botar na rua milhares de “assessores” e aparelhar a prefeitura com o pessoal deles. Belenenses, se preparem para receber comunistas de todo o Brasil, que vão inchar ainda mais a Metrópole da Amazônia.
Edmilson Rodrigues foi sucedido e Zenaldo Coutinho antecedido por Duciomar Costa, uma nulidade só comparada à ex-governadora petista Ana Júlia Carepa, que quase afunda o estado, de 2007 a 2010; não se reelegeu. Duciomar realizou a desgraça dele de 2005 a 2013. Imaginem ele prefeito e Ana governadora! Em 2002, foram ambos eleitos para o Senado. No segundo ano como senador, Duciomar foi eleito prefeito de Belém e deixou a vaga para o suplente, Flexa Ribeiro. Ana também queria, mas foi derrotada por Duciomar, que transformou Belém em um canteiro de obras, polêmicas, inconclusas e sub-judice.
Em 2017, foi preso como chefe de quadrilha, acusado de fraude em licitações, apropriação de recursos públicos e associação criminosa, causando prejuízo de 400 milhões de reais, dinheiro inclusive do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e do Fundo Nacional de Saúde (FNS). Sua chegada à Polícia Federal foi dramática: de cadeira de rodas motorizada.
Ele começou mal. Em 1986, foi denunciado pelo Ministério Público Federal por exercer a profissão de oftalmologista usando diploma falso. Foi condenado a três anos de reclusão em regime aberto.
Belém precisa de um prefeito competente, que a ame e que seja comprometido com os belenenses. A Metrópole da Amazônia precisa urgentemente de três projetos: saneamento básico, incluindo um sistema de esgotamento sanitário que contemple toda a cidade; reengenharia do sistema de transporte, incluindo transporte fluvial público e início de obras do metrô; e reforma de todos os prédios tombados.
Fundada em 12 de janeiro de 1616 pelos portugueses às margens da baía de Guajará, atualmente com 1,5 milhão de habitantes, capital histórica da Amazônia Clássica, Belém é situada em um ponto estratégico da Hileia. Espólio da borracha, já foi chamada de Paris n’América.
A poucas horas do oceano Atlântico e cercada de praias fluviais e salobras, Belém é rica em cultura, especialmente a culinária, que conta com combinações requintadas dos temperos europeu, indígena e africano, tendo como base incontáveis frutos do mar e da terra, e mandioca. Também na Cidade das Mangueiras vivem artistas talentosos. Mas Belém pareceu empacar. Não progride. Entra prefeito, sai prefeito, a cidade fica cada vez mais decaída. Manaus, inclusive, já passou de Belém há muito tempo, pelo menos em inchaço.
Mas não se deve chorar leite derramado. Contudo, a choradeira das viúvas do PSDB deverá ser alta e reverberará por muito tempo. O Psol e o PT já estão com as planilhas de nomes para aparelhar toda a máquina municipal. Que Nossa Senhora de Nazaré se apiede mais uma vez dos belenenses, até porque os comunistas, leia-se Psol e PT, não creem em Deus, muito menos em santa. Não se iludam.
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