OPINIÃO - Por uma representação autêntica

João Moraes – delegado de polícia *

As categorias da Polícia Civil merecem respeito.

A caminhada das nossas categorias é marcada por lutas legítimas, conquistas suadas e um senso de missão que nos acompanha desde a escolha pela carreira pública. Por isso, é fundamental que nossa representação política — quando existente — esteja à altura da dignidade dessa trajetória.

É hora de refletirmos sobre a diferença entre ter um policial no Parlamento e ter um parlamentar que é policial. O verdadeiro compromisso está em manter-se fiel à causa, mesmo diante das pressões do mundo político. Precisamos de representantes que se dediquem integralmente às pautas das nossas categorias e da segurança pública, sem dispersar esforços em projetos distantes da nossa realidade.

Temos observado, com atenção e respeito, sinais de certo distanciamento entre discursos e práticas. Há muito tempo, circulam entre colegas comentários e percepções sobre a repetição de condutas que não dialogam com os princípios que defendemos: promessas não cumpridas, prioridades indefinidas, canais de diálogo que se perderam com o tempo.

As nossas categorias — assim como a segurança pública — são pilares fundamentais da sociedade e não devem jamais ser tratadas como meras moedas em disputas políticas.

Queremos cooperação, sim — mas com transparência e fidelidade às categorias. Queremos diálogo, sim — mas sem abrir mão da ética, da escuta e do respeito mútuo.

Nosso movimento é legítimo, plural e construído por servidores que acreditam na justiça, na valorização profissional e no serviço público de qualidade. Ele não deve ser fragilizado por escolhas políticas que deixem a base em segundo plano.

O momento exige unidade, lucidez e firmeza.

Não se trata de personalizar críticas, mas de reafirmar valores e compromissos. A história saberá reconhecer quem se manteve coerente com o propósito coletivo.

Seguiremos em frente com dignidade, responsabilidade e fé na nossa missão.