A Polícia Federal deflagrou na manhã desta segunda-feira a operação que visa investigar ações ilegais da Agência Brasileira de Inteligência durante o governo Bolsonaro. Carlos Bolsonaro, filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, é um dos alvos dos mandados de busca e apreensão executados pela PF, que também incluem a residência de Carlos e a Câmara Municipal do Rio.
A ação, é uma continuidade da “Operação Vigilância Aproximada”, iniciada na última quinta-feira, 25, que tem como objetivo principal desvendar uma suposta organização criminosa instalada na Abin. Segundo a PF, essa organização buscava monitorar ilegalmente autoridades públicas e outras pessoas, utilizando ferramentas de geolocalização de dispositivos móveis.
Os mandados estão sendo cumpridos não apenas no Rio de Janeiro, mas também em Brasília, Formosa e Salvador. Nesta nova fase da investigação, a PF busca avançar no núcleo político, identificando os principais beneficiários das informações produzidas ilegalmente pela Abin.
Até agora, foram cumpridos nove mandados de busca e apreensão:
- Rio de Janeiro (RJ): 5
- Angra dos Reis (RJ): 1
- Brasília (DF): 1
- Formosa (GO): 1
- Salvador (BA): 1
O foco das ações clandestinas seria o monitoramento ilegal de autoridades por meio de técnicas de investigação típicas das polícias judiciárias. Essas técnicas estariam sendo aplicadas sem qualquer controle judicial ou do Ministério Público. Os investigados podem enfrentar acusações que incluem invasão de dispositivo informático alheio, organização criminosa e interceptação de comunicações telefônicas, de informática ou telemática sem autorização judicial ou com objetivos não autorizados em lei.
De acordo com informações reveladas pela Polícia Federal, o uso de um sistema de geolocalização para monitoramento ilegal de autoridades pela Abin durante o mandato de Bolsonaro está sendo apurado. As diligências da última semana foram autorizadas pelo ministro Alexandre de Moraes, desdobramento de outra operação deflagrada em outubro passado. Essa operação revelou que um sistema chamado FirstMile teria sido utilizado em mais de 30 mil monitoramentos ilegais ao longo de dois anos e meio. Ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), como Gilmar Mendes, o ministro da Educação, Camilo Santana, jornalistas e adversários do ex-presidente Jair Bolsonaro estariam entre os alvos desse sistema. O software em questão foi adquirido nos últimos meses do governo de Michel Temer.
A Polícia Federal teria apreendido na manhã desta segunda-feira (29) um computador da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) com o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ). A informação havia sido confirmada por uma fonte ligada à operação ao G1.O filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) está sendo alvo de operação de busca e apreensão, com mira em possíveis destinatários de informações coletadas ilegalmente pela Abin. Mas tarde, a PF negou que houvesse feito apreensão de equipamentos da Abin na casa do filho do ex presidente.
Um outro computador da agência foi apreendido na casa de um dos assessores de Carlos Bolsonaro, que é casado com uma funcionária da Abin. (Do Ver-o-Fato, com informação de Jovem Pan News e G1).