Uma publicação que viralizou nas redes sociais tem causado indignação e preocupação entre os moradores de Marituba, na região metropolitana de Belém. No conteúdo, um suposto comerciante compartilhou um bilhete recebido de uma facção criminosa local, exigindo o pagamento de uma “taxa do crime” em troca de segurança.
A mensagem contém ameaças explícitas, indicando que o não pagamento pode resultar em “consequências” para o comerciante.
O bilhete faz menção direta à prática de retaliação e tenta justificar a cobrança, alegando que os próprios moradores frequentemente acionam os criminosos em casos de roubo na região. “Oi, não me levem a mal pois não estamos aqui para oprimir comerciante trabalhando, pelo contrário estamos aqui para nos ajudar”, diz um trecho da carta. Apesar do tom aparentemente conciliador, o conteúdo deixa claro que a cobrança não é opcional, gerando pânico entre comerciantes e pequenos empresários.
O caso de Marituba não é isolado. Relatos de exigências semelhantes vêm se multiplicando em todo o estado do Pará, especialmente em áreas periféricas e regiões mais vulneráveis. Comerciantes denunciam que as facções cobram valores mensais, geralmente proporcionais ao tamanho do negócio, sob o pretexto de oferecer proteção contra roubos e assaltos.
No bairro do Tapanã, em Belém, por exemplo, de um comerciante chegou a ser cobrado o valor de mil reais mensais. Quem se nega a pagar tem o local de trabalho invadido e carros queimados.
Apesar de muitas vítimas se sentirem intimidadas e temerem represálias ao denunciar, alguns casos acabam ganhando visibilidade, como este em Marituba. O clima de insegurança é crescente, e muitos trabalhadores relatam estar reféns das ameaças constantes.
Nas redes sociais, o episódio gerou revolta entre internautas, que cobram maior presença do poder público e das forças de segurança para combater a influência dessas facções. “Os comerciantes estão pagando para trabalhar, enquanto os bandidos exigem imposto. Onde está o governo?”, comentou um usuário.
A Polícia Civil está ciente das denúncias e tem intensificado as investigações para identificar e responsabilizar os envolvidos na extorsão. Além disso, reforça a importância de que comerciantes que receberem ameaças como essas procurem imediatamente as autoridades para registrar boletins de ocorrência.
Enquanto isso, comerciantes continuam acuados, com medo de represálias e buscando maneiras de proteger seus negócios. A expansão da chamada “taxa do crime” reflete a urgência de medidas concretas para conter a ação dessas organizações criminosas e restabelecer a segurança em todo o Pará e na Amazônia.