Em setembro de 1972, o corpo da adolescente Jeannette DePalma foi encontrado em uma pedreira em Springfield, Nova Jersey, desencadeando um dos casos mais misteriosos da história da cidade. A jovem de 16 anos, desaparecida há seis semanas, foi encontrada em estado avançado de decomposição, e as circunstâncias da morte deram origem a diversas teorias, incluindo a de um possível ritual satânico.
A descoberta do corpo de Jeannette em um local conhecido como “Dente do Diabo” e a presença de objetos estranhos próximos ao cadáver alimentaram os rumores de que forças sobrenaturais estariam envolvidas. A polícia local, na época, encerrou o caso como “suspeito”, mas as investigações foram marcadas por falhas e contradições. O relatório do legista, por exemplo, mencionava a presença de pedras ao redor da cabeça da vítima, o que não foi confirmado pelas fotografias da cena do crime.
Décadas depois, o caso continua a intrigar e a mobilizar pessoas em busca da verdade. Ed Salzano e Holly Zuelle, fundadores do grupo “Justice for Jeannette”, dedicam-se há anos a investigar a morte da adolescente e a pressionar as autoridades a reabrirem o caso. Para eles, a polícia agiu de forma precipitada e omitiu informações cruciais.
Uma das evidências mais intrigantes do caso é o fato de um cão ter retornado para casa com o braço de Jeannette na boca. A polícia concluiu que o animal havia arrancado o membro da vítima na pedreira, mas as fotos da cena do crime não corroboram essa hipótese. “O braço dela já estava arrancado”, afirma Ed Salzano.
O contexto histórico em que ocorreu o crime também contribuiu para a atmosfera de mistério que o envolve. A morte de Jeannette aconteceu em um período marcado por um clima de histeria em torno de cultos satânicos, intensificado por casos como os assassinatos da Família Manson. Em Springfield, a descoberta da Bíblia Satânica no quarto de Jeannette alimentou ainda mais as especulações sobre a natureza do crime.
No entanto, o grupo “Justice for Jeannette” acredita que a adolescente foi vítima de outros adolescentes devido à sua fé. “Ela era uma boa pessoa, e tudo o que ela queria era ajudar as pessoas”, afirma Holly Zuelle.
Após décadas de luta, o grupo “Justice for Jeannette” conseguiu mobilizar um grande número de seguidores em todo o mundo e pressionar as autoridades a reabrirem o caso. A exumação do corpo, autorizada recentemente, representa um novo passo na busca por justiça.
Do Ver-o-Fato, com informações do extra.globo.com