Quando pescadores de Bragança chegaram no final da semana que passou ao local onde um misterioso barco se encontrava à deriva, um vídeo exibido por eles dizia que havia 20 corpos em estado de decomposição na embarcação. Agora, porém, que as autoridades policiais, periciais e da Marinha estiveram no local e removeram o barco foi possível constar que, ao todo, nove corpos estavam na embarcação.
O barco de 13 metros foi içado do rio por um trator e será periciado. Segundo a a Polícia Federal, dos nove corpos, oito estavam dentro da embarcação e um próximo a ela, em circunstâncias que sugerem que ele faz parte do mesmo grupo de vítimas.
Documentos e objetos encontrados junto aos corpos apontam, de acordo com a perícia — iniciada ontem, 15 em Bragança, que as vítimas eram migrantes do continente africano, da região da Mauritânia e Mali, mas, conforme os agentes, ainda não é possível descartar a existência de vítimas de outras nacionalidades.
A PF segue com os trabalhos para identificar os corpos encontrados, que irão para o Instituto Médico Legal (IML) em Belém nesta terça-feira (16), onde a perícia continuará. Para estabelecer a identidade dos corpos foram adotados protocolos de identificação de vítimas de desastres da Interpol (DVI).
Além da identidade, os trabalhos periciais terão por objetivo verificar a origem dos passageiros, a causa e o tempo estimado dos óbitos. As atividades de identificação são realizadas na sequência da ação de resgate, que teve participação da PF, Marinha do Brasil, Polícia Militar, Corpo de Bombeiros, Polícia Científica, Defesa Civil, Grupamento Aéreo de Segurança Pública do Pará, Defesa Civil do Pará, Guarda Civil Municipal, Departamento Municipal de Trânsito de Bragança e prefeitura de Bragança. (Do Ver-o-Fato, com informações do G1 Pará)