Em matéria divulgada no final da tarde desta quinta-feira, 02, o Sindicato dos Médicos afirma que, após os médicos das Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) da Marambaia e do Jurunas anunciarem que paralisariam os atendimentos por falta de pagamento, a Secretária de Saúde de Belém e o representante da Organização Social Insaúde, responsável pela administração das unidades, prometeram que os pagamento em atrasos serão feitos no próximo dia 10.
O anúncio, contudo, não pôs fim às insatisfações já que os atrasos têm sido reiterados e os pagamentos feitos apenas mediante ameaça de suspensão do atendimento. Por isso, na Upa do Jurunas, segundo o sindicato, os médicos optaram por prosseguir com a paralisação, previamente comunicada, até que o repasse seja feito.
Porém, segundo os profissionais, ao iniciar a paralisação na noite de quarta-feira (1°), foram comunicados que um novo médico assumiria cargo extra para atender os casos considerados leves (pacientes das salas amarela e verde), na tentativa de frear a paralisação.
Na manhã desta quinta-feira, 2, o diretor clínico da Upa do Jurunas foi afastado do cargo, assumindo o médico escalado durante a paralisação “em uma clara retaliação à categoria que vêm garantindo o atendimento mesmo com atrasos que ultrapassam 90 dias”, argumenta o sindicato.
A equipe médica da Upa do Jurunas denunciou ainda ao Sindmepa que vem sofrendo ameaças de demissão, agressões físicas e verbais por parte do novo diretor clínico. As vítimas já registraram boletim de ocorrência.
“Acreditamos que além de ir contra o Código de Ética Médica, não aderindo à paralisação, o colega está também adquirindo vantagens”, desabafa um dos médicos.
“O Sindmepa não aceitará esta manobra condenável, rasteira, abusiva, execrável, perversa da administração da OS com a aprovação da gestão municipal e tomará as medidas necessárias”, afirma a entidade.
Os médicos das UPAs reivindicam novamente o pagamento dos plantões em atraso de novembro e dezembro do ano passado. Em negociação com a Sesma e a Organização Social Insaúde, os médicos da Marambaia decidiram manter os atendimentos e aguardar o pagamento. No entanto, a equipe médica denuncia a falta de equipamentos e materiais essenciais para manter o atendimento, como, por exemplo, eletro, troponina, raio-x e medicações básicas, além da falta de segurança.
O Sindmepa reitera que vai tomar todas as medidas cabíveis para resguardar a integridade e os direitos dos profissionais de ambas as Unidades.
“Na busca de estabelecer diálogo com a prefeitura de Belém e a Sesma, o Sindmepa espera que os órgãos competentes estabeleçam compromissos reais, que possam garantir ao médico condições de trabalho e pagamentos regulares para atender à população que depende do SUS”, assinala.
“Reforçamos o compromisso do Sindmepa com a população, que merece um atendimento com o melhor que a medicina pode oferecer aos usuários do SUS e não aceitamos que a OS e a Sesma use de artifícios para ludibriar os usuários do sistema. Condenamos peremptoriamente esta manobra”, declarou o diretor do Sindmepa, Wilson Machado.
O espaço está aberto à Sesma para manifestação sobre as acusações feitas pelo Sindmepa