Uma operação da Polícia Civil, com a participação da Polícia Científica e apoio da Equatorial Pará, flagrou o restaurante West Wood, localizado na Rua 28 de Setembro, no bairro do Reduto, em Belém, com indícios de furto de energia.
Uma avaliação preliminar estimou que o medidor tenha deixado de registrar cerca 57.000 Mwh, que corresponde ao consumo de cerca de 200 casas em um mês.
No local, também foram encontrados medidores com indícios de fraude. De acordo com avaliação da Polícia Científica, o desvio de energia era praticado há quatro meses.
O furto de energia elétrica, popularmente conhecido como “gato”, é uma prática frequente em Belém. Essa atividade ilegal envolve a manipulação clandestina da rede elétrica para desviar eletricidade sem o registro e a cobrança pelas concessionárias. Apesar de ser um crime, muitos moradores recorrem a essa prática devido a diversos fatores socioeconômicos, criando um ciclo prejudicial tanto para as empresas quanto para a população em geral.
O furto de energia é realizado por meio de ligações diretas à rede elétrica, muitas vezes com a ajuda de técnicos que atuam fora da lei. Essas ligações clandestinas são feitas sem os equipamentos de medição necessários, permitindo que os consumidores utilizem eletricidade sem pagar por ela. Essa prática é comum em áreas periféricas e de baixa renda, onde o custo da energia pode ser proibitivo para muitas famílias.
Consequências do furto
- Impacto Econômico:
- Para as Concessionárias: As empresas de distribuição de energia sofrem perdas significativas devido ao furto de eletricidade. Esses prejuízos são muitas vezes repassados aos consumidores legais na forma de aumentos tarifários, o que pode criar um ciclo vicioso de insatisfação e mais furtos.
- Para a Economia Local: A prática do “gato” afeta negativamente a economia local, reduzindo os recursos disponíveis para investimentos em infraestrutura e melhoria do serviço elétrico.
- Riscos à Segurança:
- Acidentes: As ligações clandestinas são perigosas e podem causar incêndios, choques elétricos e outros acidentes fatais. A falta de conhecimento técnico adequado na manipulação da rede elétrica aumenta o risco de tragédias.
- Instabilidade no Fornecimento: O furto de energia pode causar sobrecargas e falhas na rede elétrica, resultando em apagões e interrupções frequentes no fornecimento de energia para todos os consumidores.
- Consequências Legais:
- Crime: O furto de energia é considerado crime conforme o artigo 155 do Código Penal Brasileiro. As penalidades para os infratores podem incluir multas e até prisão.
- Combate ao Crime: As concessionárias, em parceria com autoridades policiais, realizam operações regulares para identificar e eliminar ligações clandestinas, bem como para punir os responsáveis.
Medidas
- Fiscalização Rigorosa:
- Inspeções Regulares: Aumentar a frequência de inspeções em áreas com alto índice de furtos de energia, utilizando tecnologia avançada para identificar irregularidades na rede elétrica.
- Parcerias com Autoridades: Fortalecer a cooperação entre concessionárias e órgãos de segurança pública para combater o furto de energia de maneira eficaz.
- Educação e Conscientização:
- Campanhas Educativas: Implementar campanhas de conscientização sobre os perigos e consequências legais do furto de energia, direcionadas especialmente para comunidades de baixa renda.
- Programas de Regularização: Criar programas que incentivem a regularização das ligações elétricas clandestinas, oferecendo condições especiais para consumidores de baixa renda regularizarem seu fornecimento de energia.
- Tecnologia e Inovação:
- Medidores Inteligentes: Investir na instalação de medidores inteligentes que dificultem as adulterações e permitam o monitoramento remoto do consumo de energia.
- Redes Inteligentes: Desenvolver e implementar redes elétricas inteligentes que detectem automaticamente os desvios e perdas de energia, facilitando a identificação e correção de furtos.
Conclusão
O furto de energia em Belém é uma prática recorrente que traz sérias consequências econômicas, de segurança e legais. Combater essa prática exige uma abordagem multifacetada que inclua fiscalização rigorosa, educação pública, programas de regularização e o uso de tecnologia avançada. Somente com esforços coordenados será possível reduzir a incidência do “gato” e assegurar um fornecimento de energia justo e seguro para todos.