João Lucas Moura Souza foi morto durante uma ação policial na quarta-feira (6), no bairro do Telégrafo, em Belém. De acordo com a Polícia Civil, ele morreu após “confronto com a Polícia Militar” durante uma operação que visava combater o tráfico de drogas na área.
A morte de João Lucas gerou revolta entre os moradores, que bloquearam a avenida Arthur Bernardes com barricadas de madeira e pneus em chamas, próximos à Igreja Nossa Senhora do Perpétuo Socorro. A manifestação interrompeu o trânsito e mobilizou o Corpo de Bombeiros para controlar as chamas e desobstruir a via, que foi liberada por volta das 16h57.
Em vídeos compartilhados nas redes sociais, manifestantes aparecem retirando tapumes de uma obra para montar barricadas e ateando fogo em pneus. Autoridades suspeitam que a manifestação foi incentivada por criminosos, que estariam pressionando a população local para protestar.
O tenente-coronel Freitas, comandante do 1º Batalhão de Polícia Militar (1º BPM), informou que durante a operação foram apreendidos mais de seis quilos de drogas, incluindo uma arma calibre 32. Ele relatou que João Lucas tentou atirar contra os policiais, sendo alvejado e posteriormente socorrido, mas não resistiu. Além de João Lucas, outros dois suspeitos foram autuados em flagrante por tráfico de drogas. A PM também apreendeu munições, uma arma de fogo, um celular e substâncias semelhantes à maconha.
Protestos e segurança pública em questão
Após o incidente, o tom dos debates nas redes sociais refletiu insatisfação com a segurança pública na cidade, especialmente com a proximidade da Conferência das Partes das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP 30), que será realizada em Belém em 2025. “Pelo que percebi, o estado do Pará está preparado para receber a COP 30 (contém ironia), a realidade nas ruas mostra outra história: uma violência desenfreada e um abandono gritante. Segurança para o povo parece ser apenas um discurso vazio, enquanto os problemas reais seguem sem solução e as comunidades enfrentam o caos diariamente”, escreveu um internauta, expressando a insatisfação de moradores com a escalada de violência.
A Polícia Civil informou que abriu um inquérito e solicitou perícias para apurar as circunstâncias da morte de João Lucas. As investigações estão sendo conduzidas pela Seccional da Sacramenta, que busca esclarecer o desdobramento da operação policial e identificar os responsáveis pela mobilização dos protestos.
Veja: