O comandante geral da Polícia Militar, José Dílson Melo Júnior, exonerou o major Denílson Carlos Vieira Ribeiro do cargo de comandante da 2ª Companhia Orgânica do 32º Batalhão da Polícia Militar (Cametá) e o transferiu para o Fundo de Saúde da PM, em Belém. A portaria foi publicada ontem (26) no Diário Oficial do Estado. O major, agora em cargo burocrático, enquanto aguarda o desfecho do IPM aberto contar ele, vai chefiar o setor de fundos de saúde da PM.
O major Denílson Carlos Ribeiro foi transferido após matar com um tiro de fuzil um comerciante de Mocajuba, fato que provocou grande comoção popular, uma vez que a vítima era muito conhecida e não tinha antecedente criminais. Após a morte, a cidade parou. Centenas de pessoas fizeram manifestações pelas ruas e queimaram pneus, fechando a entrada da cidade.
O promotor de Justiça Militar, Armando Brasil, determinou a abertura de inquérito policial militar (IPM) para apurar as circunstâncias da morte do comerciante, identificado como Gelquias Albuquerque Rocha de Souza, naquela cidade, localizada na Região do Baixo Tocantins, nordeste paraense.

Fato e versão
O fato ocorreu na madrugada do dia 25 último. O major da PM disse que atirou de dentro de sua casa, após ouvir disparos de arma de fogo na rua e ao ver a vítima apontando um revólver para a cabeça de outro homem. A Polícia Civil de Mocajuba abriu inquérito para apurar o caso, inicialmente como homicídio. O major disse que dormia em casa, quando acordou com o barulho de um disparo de arma de fogo e, como estava chovendo, rastejou pela casa e pegou seu fuzil para ver o que esteva acontecendo.
Foi quando, segundo ele, ouviu o segundo disparo e acionou uma guarnição que estava perto para ficar atenta. Então, ele olhou pela janela, quando viu um homem de grande porte com uma arma na mão, que parecia ser um revólver, apontando para a cabeça de outra pessoa. Diante da situação, ele decidiu atirar, alvejando o suposto agressor.
Outras informações que circularam na cidade apontavam para uma briga entre o comerciante e outro homem, durante uma festa de aniversário, quando o major atirou de dentro da casa, acertando Gelquias Souza.
Quando a notícia da morte do comerciante se espalhou, houve tensão na cidade, com moradores pedindo o afastamento do major. A PM mandou reforço do GTO de Baião e policiais civis de Belém, através da Divisão de Polícia do Interior, para acalmarem a situação.