O Ver-o-Fato gostaria muito que alguns candidatos a prefeito da capital, de Ananindeua e Marituba, tivessem deixado seus condomínios de luxo depois desse “toró” – e ponha “toró” nisso -, que caiu na tarde desta quarta-feira em toda a Região Metropolitana, para verem como é a vida do morador que paga seus impostos sem usufruir do mínimo de saneamento e ter o direito de sair às ruas sem correr o risco de morrer afogado.
Como sempre ocorre durante e após esses temporais, que aliás nem precisam ser tão fortes para alagar tudo e as águas fétidas invadirem residências, estragando móveis e eletrodomésticos, famílias entram em desespero para salvar da fúria das águas os bens que adquiriram com tanto sacrifício.
Nessas horas, não aparece na rua alagada, na casa invadida pelas águas, nenhum desses santos milagreiros que a toda hora enchem o saco de quem está diante da TV ou no rádio, durante o horário eleitoral gratuito do TRE, para mostrar a cara aos eleitores e ver de perto a dura realidade, entra prefeito e sai prefeito.
Nada é pior do que ver e ouvir, no altar populista das promessas demagógicas, salvadores da cidade e Noés de bunda esquálida, travestidos de candidatos, anunciarem que farão isso e aquilo, porque representam as tais “mudanças”. Que, durante esses delírios políticos persecutórios, não conseguem explicar de onde virão os recursos para as obras mirabolantes de uma prefeitura de cofres vazios.
Rua dos Mundurucus, tarde desta quarta-feira, 4 de novembro de 2020, entre 14 de Março até próximo à Travessa 9 de Janeiro (no vídeo, abaixo). Podia ser também na Pariquis, ou na área do canal da 3 de Maio, no bairro de Fátima; nas baixadas da Terra Firme, Jurunas, Sacramenta ou no eterno tormento das ruas do bairro do Marco, cortadas pelos canais do Tucunduba, Leal Martins, Vileta e outros.
Imagens semelhantes na Estrada Nova, Pedreira, Bengui, invasões de Ananindeua ou nas vielas de Marituba. Nem o centro da capital foi poupado. A chuva foi igual, democrática, cruelmente democrática, para todos.
Nas dores dos alagamentos e na contabilidade dos prejuízos nos lares. Sem perdão, nem piedade.
Até quando?
Veja isto:
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