Marcos acusa a Vale de se negar a custear tratamento. Caso está na Justiça |
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O trabalhador caiu num buraco de 20 metros e sofreu trauma crânio-cervical |
No dia 18 de setembro de 2012, o eletricista Marcos Santos Sousa, funcionário da Vale S.A em Carajás, sofreu um
grave acidente de carro, quando estava a serviço da empresa. “Fui trabalhar e à noite, na estrada, cujo acesso não estava sinalizado, eu caí dentro de um buraco com 20 metros de profundidade. Estava eu e o motorista Odivaldo. A Hillux da empresa ficou no fundo do buraco, virada para cima, e eu sofri um problema no pescoço”, relata Marcos.
grave acidente de carro, quando estava a serviço da empresa. “Fui trabalhar e à noite, na estrada, cujo acesso não estava sinalizado, eu caí dentro de um buraco com 20 metros de profundidade. Estava eu e o motorista Odivaldo. A Hillux da empresa ficou no fundo do buraco, virada para cima, e eu sofri um problema no pescoço”, relata Marcos.
Segundo os médicos, ele sofreu “trauma crânio encefálico” e “trauma raqui medular (TRM)”, o que o deixou incapacitado para o trabalho. Marcos padece de muitas dores diárias e há três anos diz ter sido abandonado pela Vale, que se recusa a custear seu tratamento.
Em vez disso, a Vale emitiu um laudo afirmando que o
funcionário está apto para função que exerce, embora outros dois laudos, um emitido pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e outro pelo Instituto Nacional de
Seguro Social (INSS) digam o contrário: Marcos não está apto devido
a sua condição física após o trauma.
funcionário está apto para função que exerce, embora outros dois laudos, um emitido pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e outro pelo Instituto Nacional de
Seguro Social (INSS) digam o contrário: Marcos não está apto devido
a sua condição física após o trauma.
Em dezembro passado, doente, o trabalhador foi demitido pela Vale, que alegou “justa causa”. A Vale diz que Marcos era um funcionário agressivo, que após o acidente passou a agredir os médicos que o atendiam. Ele foi proibido de entrar nas dependências da empresa.
“O que eu preciso é de tratamento para me recuperar, o que a Vale me negou. Uns médicos dizem que meu pescoço quebrou, enquanto outros dizem que não quebrou. Enquanto eles não se entendem nessa bagunça eu estou padecendo”, afirma o trabalhador. Para acrescentar, chorando, em reportagem ao canal de TV SBT, de Marabá: “meu maior medo e eles (Vale) cortarem tudo e eu tenho família para sustentar”.
Marcos diz que não quer denegrir a imagem da Vale, o que precisa é ser olhado “como ser humano”. Ele diz que em razão do trauma no pescoço passou a ter dor crônica, diariamente. “O que eu não aguento mais é viver dessa forma. Quero uma resposta. Com o pescoço o tempo todo para baixo eu enxergo as coisas atravessadas. Estou desesperado”, desabafou.
O eletricista ingressou na Justiça de Trabalho com ação contra a Vale. O caso será julgado pela 2ª Vara Trabalhista de Parauapebas. A data da audiência é que é longa: foi marcada para o dia 4 de outubro de 2016.
Condenada – Em outubro do ano passado, a Vale ingressou na 3ª Vara Cível e Empresarial de Parauapebas com ação inibitória ( prevenir a prática de ilícito) com pedido de tutela antecipada contra Marcos. A empresa diz que ele é ex-funcionário e que após sofrer acidente de trabalho e se
submeter a acompanhamento pela equipe da medicina do trabalho da
empresa, “passou a ameaçar os médicos e assistentes sociais que
avaliaram o caso e o considerou apto ao trabalho”.
submeter a acompanhamento pela equipe da medicina do trabalho da
empresa, “passou a ameaçar os médicos e assistentes sociais que
avaliaram o caso e o considerou apto ao trabalho”.
A Vale acusa o trabalhador ter sido “sempre foi muito agressivo com a equipe médica e que
passou proferir ameaças ao médico Guilherme e a assistente social
Ariane, que fizeram o registro da ocorrência na delegacia de
polícia”. Ao julgar a questão, o juiz Acrísio Tajra de Figueiredo rejeitou a ação da Vale contra Marcos, afirmando que a empresa estava “defendendo interesse de terceiros em nome próprio o que é vedado pelo nosso
ordenamento jurídico”.
passou proferir ameaças ao médico Guilherme e a assistente social
Ariane, que fizeram o registro da ocorrência na delegacia de
polícia”. Ao julgar a questão, o juiz Acrísio Tajra de Figueiredo rejeitou a ação da Vale contra Marcos, afirmando que a empresa estava “defendendo interesse de terceiros em nome próprio o que é vedado pelo nosso
ordenamento jurídico”.
Para o juiz, somente os médicos supostamente agredidos pelo trabalhador é que teriam legitimidade para ingressar judicialmente com ação inibitória contra Marcos. A Vale foi condenada pelo juiz a “pagar as custas processuais”.
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