Ismael Moraes *
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Até quarta-feira, o juiz
federal Sérgio Moro e o procurador-geral da República Rodrigo Janot eram, cada
qual a seus discretos modos, os protagonistas responsáveis por movimentar as
engrenagens de cujas prensas pingavam os últimos e míseros vestígios de um
arremedo de república a que ficou reduzido o Estado brasileiro.
federal Sérgio Moro e o procurador-geral da República Rodrigo Janot eram, cada
qual a seus discretos modos, os protagonistas responsáveis por movimentar as
engrenagens de cujas prensas pingavam os últimos e míseros vestígios de um
arremedo de república a que ficou reduzido o Estado brasileiro.
Sobre o que Moro tem feito e o
que passou a significar para nossa combalida dignidade como cidadãos, quase
todos sabemos, apesar de que os efeitos catárticos das prisões perdem-se no dia
a dia de toda sorte de violências, abusos e opressões que nos causam desde a
baixa criminalidade, o trânsito, a opressão do Poder Público com impostos,
péssimos serviços, enfim.
que passou a significar para nossa combalida dignidade como cidadãos, quase
todos sabemos, apesar de que os efeitos catárticos das prisões perdem-se no dia
a dia de toda sorte de violências, abusos e opressões que nos causam desde a
baixa criminalidade, o trânsito, a opressão do Poder Público com impostos,
péssimos serviços, enfim.
Mas poucos perceberam a
maestria com que Janot moveu as peças no jogo de xadrez em que se transformaram
as relações de poder em Brasília: saber o momento exato de usar informações,
tanto por ser o momento certo de entregá-las à pessoa certa na imprensa e,
através dela e sem divulgação, fazê-las chegar aos ministros do STF, quanto por
dominar, como se diz hoje, o time em
que o pedido de prisão do senador Delcídio (que é um parônimo, mas quase se tornou
homônimo de deicídio, uma vez que seus diálogos esvisceraram relações que jogaram
os deuses do STF não ao chão, mas ao subterrâneo…) deveria ser feito.
maestria com que Janot moveu as peças no jogo de xadrez em que se transformaram
as relações de poder em Brasília: saber o momento exato de usar informações,
tanto por ser o momento certo de entregá-las à pessoa certa na imprensa e,
através dela e sem divulgação, fazê-las chegar aos ministros do STF, quanto por
dominar, como se diz hoje, o time em
que o pedido de prisão do senador Delcídio (que é um parônimo, mas quase se tornou
homônimo de deicídio, uma vez que seus diálogos esvisceraram relações que jogaram
os deuses do STF não ao chão, mas ao subterrâneo…) deveria ser feito.
Após
dar como exemplo o que fizeram com Collor, nos costados de quem aplicou
seguidas ações penais, não teriam sido manobras da longa manus de Janot a decisão de Renan Calheiros pela votação
aberta e a submissão de colocar em votação imediata a manutenção ou não da
prisão? Todos os senadores estavam sob a caneta de Janot, que usou o seu poder
de denunciar ou não aqueles contra os quais possuía elementos para formalizar
acusação até o último minuto, vindo a fazê-lo após, e somente após, conseguir o
grande troféu que foi encarcerar o simbólico senador líder do governo.
dar como exemplo o que fizeram com Collor, nos costados de quem aplicou
seguidas ações penais, não teriam sido manobras da longa manus de Janot a decisão de Renan Calheiros pela votação
aberta e a submissão de colocar em votação imediata a manutenção ou não da
prisão? Todos os senadores estavam sob a caneta de Janot, que usou o seu poder
de denunciar ou não aqueles contra os quais possuía elementos para formalizar
acusação até o último minuto, vindo a fazê-lo após, e somente após, conseguir o
grande troféu que foi encarcerar o simbólico senador líder do governo.
Também por manobra de Janot, o
PMDB está com um dos seus capos (não
é possível usar termos como próceres) sangrando há mais de mês. Agora também foram
abatidos outros potentados da sigla (Renan, Jader et caterva) denunciados por Janot, após este encurralar num golpe
de mestre todo o STF.
PMDB está com um dos seus capos (não
é possível usar termos como próceres) sangrando há mais de mês. Agora também foram
abatidos outros potentados da sigla (Renan, Jader et caterva) denunciados por Janot, após este encurralar num golpe
de mestre todo o STF.
Mas agora, quando parecia que
não havia mais por onde chutar o cachorro morto em que se transformou o PT, eis
que Eduardo Cunha, para tentar ter alguma sobrevida e quem sabe voltar a sentir
o gosto daqueles meses de continuado protagonismo mantidos com factoides irresponsáveis,
aceita dar seguimento a pedido de impeachment.
não havia mais por onde chutar o cachorro morto em que se transformou o PT, eis
que Eduardo Cunha, para tentar ter alguma sobrevida e quem sabe voltar a sentir
o gosto daqueles meses de continuado protagonismo mantidos com factoides irresponsáveis,
aceita dar seguimento a pedido de impeachment.
Já sabemos quem são os
bandidos, mas continuaremos a assistir a luta para ser protagonista ou
coadjuvante.
bandidos, mas continuaremos a assistir a luta para ser protagonista ou
coadjuvante.
*Ismael Moraes é advogado sócioambiental
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