Agentes federais do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), com o apoio de policiais e utilização de dois helicópteros, realizaram uma operação que resultou na destruição e queima de máquinas em uma área de garimpo próximo à localidade de Crepurização, em Itaituba, sudoeste do Pará, neste último final de semana.
A ação foi marcada por relatos alarmantes dos garimpeiros e suas famílias, que acusam os agentes de utilizarem força excessiva e disparos de armas de fogo durante a intervenção.
Um dos garimpeiros que estava presente no local descreveu o momento da ação dos agentes governamentais ao portal Ver-o-Fato.
“Isso aconteceu aqui no garimpo, perto do Sudário, aqui, pra cima do Criporizão. Era 1h37 da tarde. Chegaram aqui, já… nós entramos na caminhonete, já entraram os dois helicópteros já atirando atrás da gente. E aí, eu saí, já… eles voltaram, baixaram os dois helicópteros ali, queimaram a PC, queimaram os motores, as máquinas, tudo. Queimaram o barraco, o rancho, a carne que eu tinha trazído da rua. Queimaram tudo, não sobrou nada, nada, nada.”
O relato detalha um cenário de destruição completa, onde todos os bens e equipamentos dos garimpeiros foram reduzidos a cinzas. O uso de helicópteros e a perseguição através da mata sob disparos de arma de fogo são elementos que têm gerado indignação e preocupação entre as famílias dos garimpeiros, que se veem acuadas em meio à operação do governo.
Enquanto o Ibama justifica ações como essa como parte de um esforço para combater o garimpo ilegal e proteger áreas ambientais sensíveis da Amazônia, os garimpeiros denunciam o que consideram ser um excesso de força e uma ameaça direta às suas vidas e sustento.
O caso em Itaituba levanta questões sobre o equilíbrio entre a necessidade de preservar o meio ambiente e os direitos daqueles que, muitas vezes, veem no garimpo uma das poucas alternativas econômicas na região.