Em um movimento que acentuou ainda mais as tensões entre Estados Unidos e Rússia, o Pentágono acusou o governo russo de lançar uma arma no espaço. Segundo os americanos, o artefato foi colocado na mesma órbita de um satélite dos EUA, utilizado para monitoramentos, ou espionagem, conforme especulam alguns especialistas.
O Departamento de Defesa dos Estados Unidos, sediado no Pentágono, não divulgou detalhes sobre o tipo de arma supostamente disparada. Contudo, a acusação foi suficiente para gerar preocupações sobre uma possível militarização do espaço.
O lançamento pode envolver três tipos de táticas conhecidas: A primeira, já empregada por Rússia, Estados Unidos, China e Índia, consiste em enviar mísseis da Terra para atingir satélites em órbita. A segunda tática envolve o lançamento de um satélite que pode derrubar outro inimigo, algo que os EUA afirmam que a Rússia já testou. Daryl Kimball, especialista no assunto, destacou que os objetos disparados não precisam ser grandes, dado que os satélites são relativamente frágeis e se quebram facilmente.
A terceira e mais devastadora estratégia seria o uso de uma bomba atômica no espaço. A detonação de tal dispositivo não apenas destruiria satélites próximos, mas também geraria uma enorme explosão de ondas eletromagnéticas. Os raios X, ultravioleta e gama resultantes atravessariam os satélites, causando curtos-circuitos em seus chips. Este fenômeno poderia causar um apagão global nas redes de comunicação.
Os Estados Unidos alegam que, no ano passado, a Rússia lançou um satélite em alta órbita para explorar essa possibilidade. Os americanos, com vasto conhecimento no assunto, baseiam suas suspeitas em precedentes históricos.
Em 9 de julho de 1962, o governo dos EUA detonou uma bomba atômica de 1,4 megaton no espaço, iluminando o céu de Honolulu, Havaí, e provocando um apagão em diversos sistemas de comunicação. Este evento, ocorrido em plena Guerra Fria, foi uma demonstração de força contra a União Soviética.
Apesar do tratado assinado em 1967 pelos Estados Unidos e a então União Soviética, proibindo ogivas nucleares no espaço, as recentes acusações reacenderam debates sobre a militarização espacial.
Em resposta às atuais ameaças, os Estados Unidos tentaram aprovar uma nova resolução no Conselho de Segurança da ONU para proibir definitivamente armas atômicas no espaço. A proposta foi vetada pela Rússia, que, por sua vez, também teve uma resolução vetada pelos EUA.
A Rússia nega as acusações dos americanos, afirmando que são infundadas, mas ressalta que não se opõe totalmente ao uso de armas no espaço e que respeita o tratado de 1967. Para Daryl Kimball, o cenário atual lembra uma disputa de “gato e rato” pelo domínio do espaço, com implicações potencialmente catastróficas para a segurança global. Com informações do G1