O prefeito Valmir Clima foi à sede da PF e contou sua versão do episódio |
Mais de meia tonelada da droga estava no avião apreendido |
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É no mínimo desconfortável, perante a Polícia Federal de Itaituba, a situação do prefeito daquele município do oeste paraense, Valmir Climaco (MDB). No domingo (7), na PF apreendeu dois aviões com 583 quilos de cocaína e 200 gramas de skunk. Dois homens foram presos e outros três fugiram durante a operação da PF.
Além dos dois aviões apreendidos – um bimotor e outro, monomotor – com cocaína, os agentes federais também apreenderam uma caminhonete, uma pistola calibre 9 mm, dois fuzis AR 15 calibre 556, carregadores e munições, mira holográfica e luneta de precisão para uso em fuzil e rádios de comunicação.
Ainda no domingo, houve apreensão de armas, celulares, dinheiro e computadores na casa de Climaco. A caminhonete apreendida está em nome de um homem conhecido por Junior, segurança do prefeito. Durante depoimento na PF, onde se apresentou espontaneamente, Climaco disse ignorar a ocorrência de tráfico de drogas na fazenda dele.
Após sair da PF, ele concedeu entrevista à imprensa local, contando uma história que está sendo checada e filtrada pela polícia, para saber se ela bate com as informações já obtidas durante a investigação. Climaco falou sobre a negociação do um avião de pequeno porte, que teria feito há alguns meses, onde envolveu a venda de um garimpo dele, localizado na divisa do estado do Amazonas com o Pará, a 60 km de Jacareacanga.
“Há uns 90 dias, eu fui procurado por um cidadão, ele negociou um garimpo comigo, ficou de dar uma entrada com 30 dias. Passou uns 60 dias, ele não apareceu mais, nem falou mais nada. Agora, duas semanas atrás esse rapaz chegou, ele e outro rapaz, o Wiliam e Edson, dizendo que queriam comprar o garimpo” contou.
Climaco relatou ainda que fez um contrato reconhecido em cartório, que comprovava que o avião servia como entrada na negociação do garimpo. Em 30 dias outro valor seria pago pelo comprador, sendo o restante dividido em outras 12 parcelas.
Segundo o prefeito, o negociante entregou o avião a ele, contudo, o proprietário do local onde a aeronave foi entregue pediu para que o tirasse de lá. Climaco então determinou que o avião fosse levado até uma de suas fazendas, localizada no km 45, visto que a aeronave não poderia ficar na pista, pois o negociante não estava com o documento da aeronave em mãos.
Após passar alguns dias, o prefeito disse que o comprador pediu para ir até Manaus visitar o sogro que estava muito doente, com o avião que tinha negociado, alegando que iria trazer também o documento da aeronave. “Eu devolvi a chave do avião pra ele, sem problema nenhum, o cara comprou um garimpo e tal, com boas intenções. Quando foi ontem, umas 19 horas, me ligaram dizendo que a Polícia Federal tinha pegado fuzil, pistola e 583 kg de cocaína na fazenda” afirmou.
“Consciência tranquila”, diz prefeito
O prefeito disse que está com a consciência tranquila, que não permitiu o pouso de nenhuma aeronave na pista da fazenda, mostrou o contrato registrado no cartório e que foi até o posto policial para prestar todos os esclarecimentos. “Vim dar minha declaração para colaborar com a PF e com a justiça, pra esses traficantes não estar fazendo esse tipo de graça na nossa cidade” .
Na manhã desta terça-feira circulou em Itaituba a informação de que a PF havia pedido a prisão preventiva do prefeito, mas uma servidora da Justiça Federal declarou que nenhum pedido nesse sentido havia sido protocolado até o momento.
Na verdade, qualquer pedido de prisão de Valmir Climaco, se vier a ocorrer, não poderá ser feito à Justiça Federal de Itaituba, mas ao Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1), em Brasília, pois o prefeito é detentor de tem foro privilegiado. (Do Ver-o-Fato, com informações dos sites ParaNews e Portal Giro)
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