O contrato com a prefeitura de Porto de Moz, por meio da Secretaria de Educação, é no valor de mais de 2 milhões de reais para o transporte escolar fluvial de crianças e adolescentes que se dirigem às escolas municipais todos os dias. A exigência, porém, é que este transporte seja feito em lanchas e embarcações apropriadas e seguras.
Pois a Capitania dos Portos, durante uma fiscalização em um trecho do rio Xingu, constatou o oposto: crianças e adolescentes transportados em uma velha rabeta, com problemas mecânicos e sem a menor segurança.
Os próprios estudantes filmaram o momento do embarque, em uma canoa sem cobertura, reclamando que iriam chegar molhados na escola, por causa da chuva. Nas imagens aparecem os alunos sem coletes de segurança, outra irregularidade constante na região, o que põe em risco a vida dos pequenos.
Enquanto a vida das crianças e dos adolescentes é exposta a riscos no rio Xingu, a empresa responsável pelo contrato fatura um bom dinheiro. Pelo contrato firmado com a Secretaria de Educação de Porto de Moz, a empresa vai receber R$ 2.100.000,00 em 10 meses.
No vídeo feito pelos alunos, o piloto da embarcação precária diz que realmente a canoa apresenta problemas e que já comunicou o fato ao responsável pelo transporte. Pelo jeito, não houve providências.
O problema é que o transporte pago com verbas públicas deveria ser outro, seguro, confortável e dentro dos padrões estabelecidos pela Capitania dos Portos.
Porto de Moz, na Região do Rio Xingu, sudoeste paraense, tem a maior parte de seu território formado por áreas alagadas, onde vive a maioria das comunidades, que dependem dos serviços públicos para suprir as necessidades de transporte e abastecimento.
Dentro do município também está localizada a Reserva Extrativista Verde para Sempre, onde estão radicadas famílias, cujos filhos precisam do transporte fluvial para ir às escolas.
Veja o vídeo e como viajam as crianças:
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