Ele levou três tiros no local onde dormia, após invasão de PMs. Elivelton Leonardo do Santos, de 29 anos, era filho único e, segundo moradores da Colônia Alto Bonito, onde morava, no município de Dom Eliseu, era querido por todos, trabalhador e sem qualquer envolvimento com a criminalidade.
Segundo os relatos, os militares realizavam operação na colônia e teriam invadido o local, arrebentado a porta a pontapés e desferido os tiros contra Elivelton sem que ele tivesse esboçado qualquer reação. O jovem dormia em uma rede quando os PMs chegaram. A morte dele aconteceu na madrugada do dia 29 e o enterro foi realizado neste sábado.
É voz corrente na cidade que o jovem teria disso morto por engano. O velório ocorreu no salão de uma Igreja Católica e houve manifestação pela ruas de Dom Eliseu, com parentes e amigos do rapaz ostentando cartazes em que pediam justiça.
Elivelton, de acordo com a família, havia herdado da avó o sítio onde morava. Todos diziam que ele era de índole pacífica, prestativo e que não tinha qualquer antecedente criminal.
” O pai dele está pra ficar louco de tanta dor pela perda do filho. O Elivelton era os pés e as mãos desse pai”, afirmou uma mulher durante a manifestação de protesto, que chegou a parar em frente ao quartel da PM.
O major Edson Ribeiro, comandante da PM em Dom Eliseu, explicou que a PM do município vive “sob forte tensão”, em razão da presença de integrantes de organizações criminosas na colônias da região. Ele disse que houve operação na área, “uma reação”, mas que irá apurar a morte do jovem pelos seus subordinados.
Em Belém, o promotor militar Armando Brasil informou que irá abrir inquérito para investigar a morte do rapaz. Ele, dois meses atrás, expediu recomendação ao comando-geral da PM em Belém para que evite invasão de domicílios durante averiguações em respeito ao previsto pela própria Constituição Federal.
Pelo visto, a recomendação não está sendo cumprida.
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