Ciro Gomes, ex-candidato à Presidência da República pelo PDT, deu um tapa no rosto de um homem que o chamou de bandido na noite deste domingo, 3, durante um show de samba em Fortaleza, no Ceará, seu berço político. O ato foi registrado em vídeo pela vítima, identificada como Tiê Rocha de Sousa Oliveira, homem trans morador da capital cearense.
O vídeo foi divulgado pelo jornal cearense O Povo. Nele, Tiê se aproxima de Ciro e o provoca. “Diz para nós como é que rouba a população sem ser preso?”, pergunta. O ex-presidenciável, que estava em uma área reservada do show, separado do homem por uma grade, rebate: “Quem deve saber isso é bandido, eu não sou”.
O homem insiste e afirma que Ciro “é bandido”, ao que o político responde com um tapa na cara. No vídeo, não é possível ver o momento da agressão, por causa do movimento do celular.
“Tu deu na minha cara, seu racista?”, questiona. Ciro, então, diz: “Para você aprender a me respeitar”. Ciro se afasta da grade da área reservada, e o homem, se dirigindo à câmera com que se filmava, afirma: “Ciro Gomes deu na minha cara”.
A Polícia Civil informou que foi registrado um boletim de ocorrência no domingo, por uma pessoa de 31 anos. e que o caso está em apuração. O Estadão tentou contato com a assessoria de Ciro e com Tiê Rocha. Nenhum deles havia respondido à reportagem até as 20h30 de ontem.
Perfil
Em uma biografia que faz parte de um mapa de agentes culturais do Estado do Ceará, a prefeitura de Maracanaú descreve Rocha como “sertanejo, juremeiro, artivista lesbotransfeminista, ambientalista e antirracista”. Segundo o site, ele se apresenta como percussionista em diversos grupos.
Ainda no domingo, circulou por redes sociais a informação de que ele seria filiado ao Partido Socialismo e Liberdade (PSOL). Em seu perfil no Instagram, Tiê negou que seja filiado ao partido, e também que será vereador nas eleições municipais de 2024.
A executiva do diretório do partido no Ceará publicou uma nota em seu perfil oficial no Instagram negando que o jovem agredido seja filiado à legenda.
Na nota, o partido também repudia “qualquer tipo de agressão, seja ela verbal, psicológica ou física, motivada por questões de classe, gênero, orientação sexual, raça, física ou outra”. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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