NÉLIO PALHETA – jornalista
Chutaram novamente a imagem de Nossa Senhora de Nazaré. E desta vez, não foi um pastor evangélico. Foram os carnavalescos paulistas. Não gostei nenhum pouco do “sincretismo” carnavalesco praticado em São Paulo, usando Nossa Senhora de Nazaré. Soou como um novo chute na imagem da padroeira do Pará.
Lembram do pastor evangélico que em 1996, na época do Círio, chutou a imagem da Santa? Considerei impróprio o uso da imagem religiosa como alegoria de carnaval.Só os desprovidos do senso religioso, conhecimento sobre a fé e ignorante a respeito da devoção a Nossa Senhora, Mãe de Deus, faz uma sandice dessa ordem.
Foi uma apropriação deveras inadequada do mais importante ícone da religiosidade popular paraense. Folião fantasiado de “Nossa Senhora de Nazaré”, sambando dentro de um andor lembrando “berlinda”, também transformada em alegoria, foi uma coisa estúpida. Há de se protestar oficialmente.
O Carnaval, por ser uma manifestação mundana, carregada de tudo que se choca com a espiritualidade cristã, especialmente a católica, não combina com elementos da fé. Não me venham dizer que a escola paulista contribuiu para difundir o mais importante evento do calendário turístico de Belém.
Não se precisa desse tipo de promoção desconcertante.Meu protesto é consciente e não me acusem de puritano (digam o que quiserem os devotos de passagem); não posso ser leniente com essa coisa que fizeram em São Paulo.
Reclamem deste post o quanto puderem os não devotos, mas respeitem o significado da Virgem Maria e da sua denominação de “Nazaré” para a Igreja e para os católicos e não católicos que apreciam o círio e a cultura Mariana.
A tal homenagem à cantora paraense Fafá de Belém extrapolou os limites do bom senso ao fazer uma caricatura da devoção, nivelada às manifestações mundanas, como o boi de Parintins, além de pajelanças – o quê não é a devoção aqui e em Portugal.
Se carnavalescos paulistas não respeitam Nossa Senhora Aparecida, o problema é deles.Na minha opinião, residiu na homenagem a Fafá um excesso desnecessário. Aliás, a artista paraense, que todo ano se manifesta, durante o Círio, devota fervorosa, deveria ter repudiado a inclusão da imagem da Santa entre as alegorias da escola que a homenageou.
A Igreja de Belém precisa se manifestar; deixar claro que o povo católico paraense não pode aceitar essa banalização da devoção.
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