Um casarão localizado na Travessa Quintino Bocaiuva, entre as ruas Tiradentes e Aristides Lobo, no centro de Belém, foi consumido por um incêndio de causas ainda desconhecidas, durante a noite de ontem. O alarme foi dado por vizinhos preocupados, que notaram as chamas altas e a fumaça densa emanando da estrutura abandonada.
O Ver-o-Fato apurou que o casarão pertenceu ao ex-deputado federal e presidente do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) no Pará, Américo Silva, já falecido.
O Corpo de Bombeiros rapidamente chegou ao local, onde foi necessário interditar a rua para combater o incêndio de forma segura e eficiente. O fogo, que começou em um dos andares superiores da edificação, provocou preocupação em toda a vizinhança, uma vez que casas antigas e abandonadas como esta são comumente ocupadas por moradores de rua ou dependentes químicos, elevando o risco de tragédias.
Até o momento, não há relatos de vítimas, mas a estrutura do imóvel ficou seriamente comprometida. Os bombeiros trabalharam por horas até que o fogo fosse completamente extinto. Investigações serão realizadas para determinar a origem das chamas.
Este incidente reacende o debate sobre a segurança e a manutenção de propriedades abandonadas na região, que, além de não gerarem receitas tributárias, representam um risco constante à segurança pública.
Casas e sobrados abandonados, frequentemente encontrados em áreas urbanas, representam um problema multifacetado para as cidades e seus moradores. Esses imóveis, muitas vezes históricos, acabam se tornando um cenário de deterioração e desolação, contribuindo para a degradação do entorno e apresentando riscos diversos.
Segurança Pública: Um dos principais problemas associados a esses imóveis abandonados é a segurança. Eles podem se tornar refúgios para atividades ilícitas, como o uso e o tráfico de drogas, além de abrigarem pessoas em situação de rua. A falta de supervisão e manutenção facilita o acesso e a ocupação por indivíduos que buscam um refúgio longe da vigilância das autoridades.
Risco de Incêndios e Acidentes: A estrutura comprometida desses imóveis aumenta o risco de incidentes, como incêndios, que podem se originar de maneira acidental ou provocada. Além disso, o abandono contribui para o comprometimento das instalações elétricas, hidráulicas e de outros sistemas essenciais, aumentando o risco de acidentes.
Valorização Imobiliária: A presença de imóveis abandonados pode depreciar o valor dos imóveis no entorno. A deterioração visual e a associação com a criminalidade podem afastar possíveis investidores e moradores interessados, impactando negativamente a economia local.
Problemas de Saúde Pública: Casas abandonadas são locais propícios para o acúmulo de lixo e a proliferação de vetores de doenças, como ratos e mosquitos. Além disso, o acúmulo de água parada pode facilitar a disseminação de doenças como a dengue e a zika.
Custos para o Poder Público: O abandono de propriedades gera um ônus financeiro para o governo local, que deixa de arrecadar impostos importantes como o IPTU. Ademais, o poder público muitas vezes é obrigado a intervir, seja por meio da limpeza, segurança ou mesmo demolição de imóveis em estado crítico, o que demanda recursos públicos.
Impacto Ambiental: O abandono de imóveis também pode resultar em impactos ambientais, especialmente quando estruturas contêm materiais que podem ser tóxicos ou contaminantes, como amianto ou chumbo. Além disso, a degradação do imóvel pode resultar em problemas de erosão e perda de biodiversidade em áreas urbanas.
Enfrentar o problema dos imóveis abandonados requer uma abordagem multidisciplinar que envolva legislação específica, incentivos para a reabilitação de propriedades, fiscalização efetiva e a participação da comunidade. Muitas cidades têm implementado programas para identificar e recuperar esses imóveis, transformando-os em espaços úteis para a comunidade, como centros culturais, moradias sociais ou espaços comerciais, revitalizando áreas urbanas e promovendo o desenvolvimento sustentável.