Dados fazem parte do Painel de Conectividade nas Escolas, elaborado pela Anatel. Uma vergonha, inclusive para governantes demagogos e mentirosos
Desenvolvido para apoiar a tomada de decisão na definição das escolas que receberão atendimento com projetos de conectividade, o Painel de Conectividade nas Escolas aponta a existência de 138.355 escolas públicas no Brasil, nas esferas municipal, estadual e federal, classificadas em área urbana (86.233 unidades) e rural (52.122 unidades). Do total, 8.365 não têm acesso à internet, 96.192 não dispõem de laboratório de informática e 3.031 não têm energia elétrica.
O trabalho, conduzido pelo Grupo de Acompanhamento do Custeio a Projetos de Conectividade de Escolas (Gape), presidido pelo conselheiro da Anatel, Vicente Aquino, revela, ainda, que 439.559 alunos e 32.558 docentes são impactados pela falta de conectividade.
No Painel disponível no site da Anatel são disponibilizadas informações cadastrais das escolas de acordo com o Censo Escolar 2022 do Inep e informações de conectividade oriundas de diferentes fontes, como o Programa WiFi Brasil (Gsac e RNP Conectado) do Ministério das Comunicações e o Programa Banda Larga nas Escolas e atendimento a escolas rurais da Agência, além de pesquisas realizadas pelo Ministério da Educação e pelo Medidor de Velocidade do Nic.Br, bem como informações de infraestrutura.
Aprender Conectado
O Gape, por meio da EACE – Entidade Administradora da Conectividade das Escolas, está implantando o projeto Aprender Conectado, que surgiu com o Edital do 5G. O projeto dispõe de recursos da ordem de R$ 3,1 bilhões para levar conectividade a escolas públicas de educação básica, com a qualidade e velocidade necessárias para o uso pedagógico das Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs) nas atividades educacionais.
O Aprender Conectado prevê a oferta de internet de alta velocidade, conexão wi-fi em todo o ambiente escolar e kits de informática (notebooks, chromebooks, telas e projetores) para alunos e professores de todo o Brasil.
Atualmente está em execução a fase piloto do projeto Aprender Conectado em 10 municípios brasileiros, distribuídos entre as cinco regiões do país, atendendo 177 escolas públicas de educação básica. Desse total, 153 (86,6%) instituições de ensino já estão conectadas com velocidades de download que variam de 50 Mbps a 200 Mbps.
Em paralelo à fase piloto, foram iniciadas as vistorias em mais 2.323 escolas públicas das regiões Norte e Nordeste do Brasil, nos estados do Amazonas, Pará e Paraíba. A visita é a primeira etapa para inclusão das escolas no projeto Aprender Conectado.
Pará: 12,2% sem luz e 27,9% sem Internet
Conforme aponta levantamento, quatro estados tinham mais de 10% das escolas sem energia elétrica: Acre (35,3%), Roraima (21,5%), Amazonas (19,9%) e Pará (12,2%), enquanto apenas 11 dos 27 estados brasileiros possuem 100% das escolas com energia elétrica, recurso em falta principalmente na região Norte do Brasil.
Quanto a conectividade, seis estados brasileiros têm mais de 10% das escolas sem acesso à internet: Acre (46,0%), Amazonas (40,9%), Roraima (36,1%), Pará (27,9%), Amapá (27,5%) e Maranhão (11,9%), resultado que contrasta diretamente com o que é encontrado no Mato Grosso do Sul, Goiás e Distrito Federal com mais de 99,9% dos colégios conectados.
Evidentemente, os estados que lideram o ranking com menor índice de acesso à internet também possuem o menor número de laboratórios de informática. Neste caso, o Acre permanece ocupando a 1ª posição com 90,9% das escolas sem uma sala dedicada para o ensino tecnológico, seguido por Maranhão (89,6%) e Pará (86,1%).
Detalhe: no Pará existem mais de 14 mil escolas públicas. Faça as contas com os percentuais divulgados e veja o resultado do desastre educacional no Estado.