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Aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro, Valdemar da Costa Neto, presidente do PL, foi detido pela Polícia Federal. Os agentes cumprem mandado de busca contra ele expedido pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A ordem foi do ministro do STF, Alexandre de Moraes.
Valdemar é suspeito de participar da organização de um golpe de Estado. A sede do PL é um dos locais apontados pela investigação como sendo endereço onde ocorreram reuniões para discutir o golpe.
De acordo com fontes na Polícia Federal ouvidas pelo Correio, a arma estava na casa de Valdemar. Ele será levado para a sede da corporação para prestar depoimento. Em seguida, as informações devem ser encaminhadas ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), para que o magistrado decida se mantém a prisão ou se libera Valdemar para responder em liberdade.
Passaporte apreendido
O ex-presidente Jair Bolsonaro também é alvo da operação Tempus Veritatis, deflagrada na manhã desta quinta-feira (8/2) pela Polícia Federal. A operação apura possível organização criminosa que atuou em tentativa de golpe.
De acordo com informações do O Globo, Bolsonaro foi intimado nesta manhã em sua casa em Angra dos Reis, no Rio de Janeiro, está proibido de manter contato com os demais investigados, inclusive por meio de advogados. Ele também tem que entregar o passaporte em até 24 horas.
A operação cumpre 33 mandados de busca e apreensão, quatro mandados de prisão preventiva e 48 medidas cautelares diversas da prisão. Segundo a Globonews, os mandados de prisão são contra dois ex-assessores de Bolsonaro, Marcelo Câmara e Filipe Martins. As ordens foram expedidas pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
A operação ocorre nos estados do do Amazonas, Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Ceará, Espírito Santo, Paraná, Goiás e no Distrito Federal.
O que se sabe sobre a Operação da PF
Segundo nota da Polícia Federal, estão sendo cumpridos 33 mandados de busca e apreensão, quatro mandados de prisão preventiva e 48 medidas cautelares diversas da prisão, que incluem a proibição de manter contato com os demais investigados, proibição de se ausentarem do país, com entrega dos passaportes no prazo de 24 horas e suspensão do exercício de funções públicas. O nome da operação é Tempus Veritatis.
Segundo fonte da PF ouvida pela BBC News Brasil em caráter reservado, aliados e ex-assessores de Bolsonaro estão entre os detidos em prisão preventiva. Outros ex-ministros e aliados são alvo de mandados de busca e apreensão.
Entre os nomes estão os dos ex-assessores Marcelo Camara, Filipe Martins e Rafael Martins de Oliveira. O militar Bernardo Romão Correa Neto também tem mandado de prisão, mas está no exterior.
Os militares General Heleno e Braga Netto, além de Valdemar da Costa Neto, Anderson Torres e Paulo Sérgio Nogueira — todos aliados próximos de Bolsonaro — foram alvos de mandados de busca e apreensão.
Policiais federais cumprem as medidas judiciais, expedidas pelo Supremo Tribunal Federal, nos Estados do Amazonas, Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Ceará, Espírito Santo, Paraná, Goiás e no Distrito Federal.
As apurações apontam que “o grupo investigado se dividiu em núcleos de atuação para disseminar a ocorrência de fraude nas eleições presidenciais de 2022, antes mesmo da realização do pleito, de modo a viabilizar e legitimar uma intervenção militar, em dinâmica de milícia digital”.
Segundo a polícia, o primeiro eixo consistiu na construção e propagação da versão de fraude nas eleições de 2022, por meio da “disseminação falaciosa de vulnerabilidades do sistema eletrônico de votação, discurso reiterado pelos investigados desde 2019 e que persistiu mesmo após os resultados do segundo turno do pleito em 2022”.
O segundo eixo de atuação consistiu na “prática de atos para subsidiar a abolição do Estado Democrático de Direito, através de um golpe de Estado, com apoio de militares com conhecimentos e táticas de forças especiais no ambiente politicamente sensível”.
A polícia disse que o Exército brasileiro acompanha o cumprimento de alguns mandados, em apoio à Polícia Federal. Os fatos investigados configuram, em tese, os crimes de organização criminosa, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado. (Do Ver-o-Fato, com agências nacionais e Correio Braziliense)