A indefinição sobre a destinação dos resíduos sólidos produzidos em Belém e região metropolitana, está deixando apreensivas as comunidades tradicionais que residem nos municípios do Acará e Bujaru.
Segundo informações recebidas pelo portal Ver-o-Fato, na manhã desta segunda-feira (22), no km 32 da Alça Viária no Acará, o “Movimento Fora Lixão” realizou manifestação de protesto contra a pretendida instalação, pela empresa Terraplena, de um aterro sanitário naquela região entre os municípios do Acará e Bujaru.
O protesto dos moradores contou com a presença de comunidades tradicionais, quilombolas, representantes do Ministério Público, Câmara Municipal, secretarias municipal de Meio Ambiente e Agricultura, e do prefeito Pedrinho da Balsa (MDB).
As prefeituras do Acará e Bujaru já deixaram claro que não querem esse empreendimento em seus municípios e segundo o “Movimento Fora Lixão”, a área de impacto do aterro sanitário que planejam instalar abrange uma população de aproximadamente 8 mil habitantes diretamente, “com potencial de contaminar a água da capital do estado, pois está a apenas 13 km da Estação de Abastecimento de Belém e de uma dezena de igarapés, nascentes protegidas, terras quilombolas, com uma população extrativista em sua maioria”.
O local escolhido para a reunião é uma das áreas que estão sendo estudadas para receber os resíduos sólidos.
Em conversa com a equipe de reportagem do Ver-o-Fato, o prefeito de Bujaru, Miguel Júnior (MDB) reafirmou posicionamento contra a instalação do aterro e citou diversos projetos de lei enviados para a Câmara Municipal em prol do meio ambiente na região.
Entramos em contato também com a empresa responsável, a Terraplena, e até o presente momento não obtivemos resposta. A Terraplena, como é sabido, é a empresa que lidera o projeto de R$ 1 bilhão da prefeitura de Belém de coleta de lixo na capital. Ela e outra empresa abocanharam a licitação que, ano passado, o Ver-o-Fato, com exclusividade, antecipou que seria a vencedora.