Neste sábado (13), o Irã enviou drones em direção ao território de Israel, conforme relatado por militares israelenses. Esta ação marca um desenvolvimento tenso na região, com os drones agora em rota que levará horas para alcançar Israel.
Porta-vozes das Forças de Defesa de Israel, incluindo Daniel Hagari, e a Guarda Revolucionária do Irã confirmaram a situação, enquanto sirenes estão preparadas para soar nos locais que podem ser atingidos. O sistema de defesa israelense está em alerta máximo, com aeronaves já posicionadas, de acordo com fontes do exército.
Testemunhas no Iraque, especificamente na região de Sulaymaniya, relataram a presença de mais de 20 drones voando na direção do Irã, resultando no fechamento dos espaços aéreos do Iraque e da Jordânia como medida de precaução. A situação permanece fluida e em desenvolvimento.
O ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, afirmou neste sábado, 13, que monitora de perto o “ataque planejado” de Irã ou aliados ao país. Nas últimas horas, os israelenses estão em alerta máximo para uma possível investida do oponente histórico, em retaliação pela ofensiva que destruiu o consulado iraniano na Síria no começo do mês.
Em declaração por vídeo, Gallant ressaltou que Israel fortaleceu as capacidades militares com o apoio dos Estados Unidos e demais parceiros.
O ministro também acusou o Irã de ser um Estado terrorista. “Estamos determinados a defender os nossos cidadãos contra este terrorismo e saberemos como responder-lhe”, garantiu.
Pela manhã, Gallant conversou por telefone com o secretário de Defesa dos EUA, Lloyd Austin. De acordo com nota do Pentágono, os dois discutiram “ameaças regionais urgentes” e expressaram apoio mútuo. “O secretário Austin deixou claro que Israel poderia contar com o apoio total dos EUA para defender Israel contra quaisquer ataques do Irã e dos seus aliados regionais”, destaca o texto.
Israel fecha escolas
O governo de Israel decidiu impor uma série de restrições à circulação de pessoas, em meio ao crescente risco de que o Irã promova uma ataque contra o país. Entre as medidas, escolas ficarão fechadas até pelo menos segunda-feira, 15, à noite e reuniões com mais de 1 mil pessoas estão proibidas.
Em regiões próximas da Faixa de Gaza, autoridades israelenses também vão fechar áreas de lazer como praias e recomendam que as pessoas trabalhem remotamente quando possível.
Jordânia fecha espaço aéreo
A autoridade de aviação civil da Jordânia anunciou neste sábado, 13, o fechamento temporário do espaço aéreo do país, em meio à crescente tensão no Oriente Médio. A medida proíbe pousos e decolagens, bem como a circulação de aeronaves, a partir das 23h no horário local (17 horas de Brasília).
O órgão não informou previsão para a suspensão das restrições e disse que pretende divulgar novas atualizações ao longo das próximos horas.
Irã tenta calibrar resposta a ataque de Israel na Síria em meio à pressão por retaliação
Uma alta autoridade iraniana resistiu à pressão interna sobre os militares do país para atacarem rápida e duramente contra Israel, sugerindo que Teerã está tentando equilibrar essas demandas com as advertências dos Estados Unidos enquanto decide como retaliar contra um ataque na Síria no qual afirma que Israel matou um dos seus principais generais.
O Irã prometeu responder na mesma moeda ao que afirma ter sido um ataque aéreo israelense ao edifício do consulado iraniano em Damasco, que matou sete membros da Guarda Revolucionária, incluindo o general. Os EUA disseram que dariam todo o seu apoio a Israel se o Irã atacasse.
“Alguns perguntam por que razão a República Islâmica não se vinga”, afirmou Mojtaba Zonnour, um clérigo conservador e chefe da comissão de segurança nacional e política externa do parlamento iraniano, cujas declarações reflete frequentemente as opiniões do sistema de segurança.
Qualquer decisão de tomar medidas contra Israel “deveria basear-se nos interesses e na segurança nacionais, e não nas exigências públicas”, disse Zonnour, discursando numa conferência em Teerã, segundo a agência de notícias semioficial ILNA. Ele acrescentou que uma resposta viria eventualmente. “Talvez mais cedo, talvez mais tarde, mas isso acontecerá”, garantiu.
Nos últimos dias, alguns iranianos começaram a zombar dos militares e da liderança por não agirem, apesar das inúmeras ameaças, inclusive do líder supremo iraniano, Ali Khamenei, de vingar o ataque em Damasco.
“Israel, eles não têm coragem de buscar vingança”, dizia uma nova pichação em um muro em Teerã, referindo-se ao governo. “Acerte-os com mais força da próxima vez, Israel, eles fizeram xixi nas calças”, dizia outro.
Outros residentes de Teerã temem possibilidade de uma conflagração com Israel aumentar ainda mais a pressão sobre a economia do país, pressionada por sanções. Esse grupo questiona o valor de gastar bilhões de dólares em campanhas militares estrangeiras se o país não puder se defender dos ataques israelenses.
Fonte: Dow Jones Newswires/Agência Estado