Moradores de Salvaterra, Soure, Cachoeira do Arari e outros municípios vizinhos mantiveram a ocupação do Porto do Rio Camará, iniciada após o naufrágio da lancha pirata Dona Lourdes II, que matou oficialmente 22 pessoas até agora, enquanto aguardam que o governo do Estado providencie lanchas mais seguras para fazer a travessia do Arquipélago do Marajó para Belém.
Nesta segunda-feira (12), manifestantes que ocupavam a rodovia de acesso a Salvaterra a partir do porto de Camará, chegaram a um acordo com representantes do governo do Pará e desocuparam a estrada. O governador Helder Barbalho (MDB) havia determinado o envio do Batalhão de Choque da Polícia Militar para desbloquear a rodovia.
A chegada da tropa provocou preocupação na população marajoara, ainda abalada com as mortes provocadas pelo naufrágio, porque havia notícias de que haveria o uso de força contra os manifestantes.
“Única resposta do governo Helder ao povo do Marajó é envio de tropa de choque para coibir as manifestações por justiça do povo marajoara”, publicou um morador em um grupo de mensagens do Marajó.
Mas não houve o uso de força, porque representantes da Agência de Regulação e Controle de Serviço Público do Pará (Arcon), durante reunião com lideranças marajoaras, prometeram cassar as concessões das empresas Arapari e Banav, que até então faziam as linhas para Camará e Cachoeira do Arari.
Durante as negociações, outras empresas foram apresentadas como dispostas a fazer a travessia, com lanchas maiores e mais seguras. Os manifestantes liberaram a estrada, mas mantiveram a ocupação do porto até que a situação seja resolvida pelo governo.