O Ministério de Informação do Sudão comunicou nesta segunda-feira (25) que o primeiro-ministro, Abdulla Hamdok, está em prisão domiciliar por determinação das Forças Armadas – e que está sendo obrigado a enviar uma mensagem de apoio ao golpe militar em andamento.
Militares sudaneses prenderam hoje diversos membros do governo, bloquearam pontes e cortaram o acesso à internet do país. Em resposta, o partido pró-democracia Umma, o maior do Sudão, descreveu as detenções como uma “tentativa de golpe” e convocou os cidadãos às ruas, como forma de protesto e resistência.
Segundo a rede internacional Al Jazeera, entre os presos estão o ministro da Indústria, Ibrahim al-Sheikh, e o governador da capital Cartum, Ayman Khalid.
As tensões políticas no Sudão foram reacendidas no mês passado após fracasso de outra tentativa de golpe de Estado. O país previa realizar eleições gerais em 2023, a fim de escolher o sucessor do ditador Omar Al-Bashir, derrubado em 2019.
As prisões ocorreram ao mesmo tempo em que o principal grupo pró-democracia do país convoca manifestações de rua. Há relatos de cortes de acesso a serviços de telefonia e internet em diversas partes do território sudanês.
Em setembro, uma tentativa de golpe militar bancada por islamitas conservadores foi abortada. Desde então, manifestações de rua têm sido constantes no país.
No fim de semana, o enviado especial dos Estados Unidos para a região, Jeffrey Feltman, se reuniu com lideranças civis e militares do Sudão em busca de uma solução para a disputa entre os grupos. (Com informações da Associated Press).