Um sargento reformado do Exército, acusado de integrar uma milícia que atua na baixada fluminense, foi morto numa troca de tiros com policiais civis durante operação realizada ontem, 18, no Recreio dos Bandeirantes, na zona oeste do Rio.
Segundo informações da Agência Brasil, José Carlos Ferreira Junior, conhecido como Junior Gringo, era um dos líderes de um grupo que controla a venda de botijões de gás e TV a cabo na cidade de São João de Meriti.
O suspeito foi encontrado em uma cobertura de alto padrão que fica próxima à praia do Recreio. Os agentes informaram que ele recebeu os policiais a tiros e, no confronto, acabou sendo baleado. Junior Gringo morreu no local.
Além de atuar na venda de botijões e no controle da TV a cabo na região, o grupo também é acusado de cobrar “taxas” de comerciantes na cidade. As cobranças são realizadas todas as semanas.
A investigação que levou ao paradeiro do miliciano foi comandada pela Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas e Inquéritos Especiais (Draco) e pela Subsecretaria de Inteligência.
Condenado
O sargento era investigado por homicídios ocorridos na Baixada Fluminense, entre eles a morte de um policial militar. Ele chegou a ser denunciado pelo Ministério Público do Rio de Janeiro , em 2014, chegando a ser condenado por homicídio. Em 2016, no entanto, a defesa do militar conseguiu a anulação do julgamento porque o réu foi mantido algemado durante a sessão de júri popular, que ocorreu no dia 20 de maio e 2015, no Fórum de São João de Meriti.
A anulação foi um pedido da defesa, que foi julgado na época, por desembargadores da 5ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça. O Código de Processo Penal veda que o réu permaneça algemado no plenário do júri, salvo se for “absolutamente necessário à ordem dos trabalhos, à segurança das testemunhas ou à garantia da integridade física dos presentes”. O Supremo Tribunal Federal se posiciona a favor da proibição e acrescenta que o magistrado precisa justificar quando for necessário manter o réu com algemas.
Na sentença que condenou o militar, a magistrada chegou a afirmar que o réu, conhecido como Junior Gringo, “é pessoa de má-fama, indicado como figura principal de uma organização criminosa que detém meios de fornecimento ilegal de internet e canais de TV”. (AE e Extra)