Uma mulher identificada como Maria Berenice da Silva, de 34 anos, morreu após realizar uma cirurgia de retirada de útero no Hospital Municipal de São Miguel do Guamá. No dia 17 de abril, dias depois da cirurgia, a paciente começou a sentir fortes dores na região do abdômen.
No dia 28, ao perceber a gravidade de saúde da jovem, familiares a levaram ao Hospital Municipal de Irituia. Na triagem, a paciente apresentava fortes dores abdominais, vômito, hipotensão e palidez cutânea.
Informado de que Berenice teria passado por uma cirurgia de histerectomia (retirada de útero) no Hospital Municipal de São Miguel do Guamá, o médico realizou todos os procedimentos necessários e orientou a paciente a retornar ao hospital que realizou a cirurgia.
A paciente deu entrada no hospital ainda na noite do dia 28 e lá foram realizados alguns procedimentos, inclusive exames de imagem. Em seguida, Berenice foi colocada na sala vermelha com quadro gravíssimo. Após quatro dias, a paciente foi transferida para o Hospital Regional de Capanema, onde foi direto para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI).
Apresentando um quadro de melhora, Berenice foi submetida a uma cirurgia, onde se constatou que estava com o intestino perfurado e com infecção generalizada, consequência da cirurgia anterior.
Mesmo com todo o esforço médico para limpeza e tentativa de conter a infecção, Berenice não resistiu e morreu na última terça-feira (21).
Segundo relatos de familiares e pessoas próximas, um suposto erro médico foi o que levou à morte da paciente. As cirurgias são realizadas pelo médico Francisco Holanda, que teria cerca de 70 anos.
Segundo relatos, esse médico vai de uma ou duas vezes ao mês realizar uma espécie de “mutirão de cirurgias”. Nos dias dos procedimentos cirúrgicos, esse profissional tem uma carga de trabalho que chega a quase 12h, com início às 7h da manhã, até 19h.
O Hospital Municipal de São Miguel do Guamá praticamente dobrou o número de atendimentos nos últimos meses, entre cirurgias, exames de ultrassom, raio X e internações. Segundo fontes, a causa desse aumento é a grande quantidade de pessoas que se deslocam da cidade de Irituia em busca de atendimentos de qualidade.
A equipe do Portal Ver-o-Fato entrou em contato com a Prefeitura de São Miguel do Guamá, que divulgou a seguinte nota:
“A Prefeitura de São Miguel do Guamá vem a público prestar esclarecimentos sobre o caso da paciente que evoluiu a óbito após procedimentos médicos.
A paciente deu entrada no Hospital Municipal de São Miguel do Guamá no dia 17 de abril para a realização de uma histerectomia. Após três dias de observação, a paciente apresentou melhora significativa, alimentando-se bem, caminhando sem dificuldades e recebeu alta hospitalar, retornando para sua residência.
No dia 28 de abril, onze dias após a alta, a paciente voltou ao Hospital Municipal de São Miguel do Guamá às 23h30, queixando-se de dores abdominais superiores. Imediatamente, foram adotados os procedimentos médicos necessários e a paciente foi regulada para o Hospital Regional de Caetés, em Capanema.
No Hospital Regional de Caetés, a paciente inicialmente apresentou melhoras e foi submetida a novos procedimentos cirúrgicos. Infelizmente, a paciente evoluiu a óbito durante o período de internação no Hospital de Capanema.
O Hospital Municipal de São Miguel do Guamá está apurando rigorosamente os fatos para esclarecer todas as circunstâncias que envolveram este caso.
A Prefeitura de São Miguel do Guamá lamenta profundamente o ocorrido e se solidariza com a família da paciente neste momento de dor. Estamos comprometidos em garantir a transparência e a correta apuração dos fatos, colaborando com todas as autoridades competentes.”, diz a nota.