Agenor e Renê: os bastidores que agitaram a TV paraense |
O mundo da televisão paraense foi sacudido nas últimas horas pela transferência de dois nomes de conhecidos apresentadores de programas populares no horário do meio-dia, de segunda a sexta-feira: Agenor Santos, que deixou o “Barra Pesada”, da TV RBA, e Renê Marcelo, do “Balanço Geral”, da TV Record.
Agenor assume a apresentação do “Balanço Geral”, no dia 4 de dezembro, enquanto Renê será o âncora do “Barra Pesada”, já a partir de amanha. Ou seja, um assume o lugar que era ocupado pelo outro nas respectivas emissoras. Mas não houve um simples troca-troca, como parece. Os bastidores das duas transações vamos revelar aqui.
O Ver-o-Fato apurou que Agenor Santos já negociava sua saída da RBA desde outubro passado. Jovem e de grande empatia na frente das câmeras, ele cresce na profissão e, o mais importante de tudo, agrega credibilidade junto aos telespectadores. Além disso, também leva para a Record os patrocinadores que ele próprio mantinha na RBA.
Agenor herdou a paixão pela comunicação de seu pai, de quem também carrega o nome, o radialista Agenor Santos, já falecido. Ele foi uma das vozes mais marcantes da famosa Rádio Clube do Pará, a quarta emissora mais antiga do país. Na RBA, quem apostou todas as fichas no jovem Agenor Santos, como apresentador do “Barra”, foi o diretor Camilo Centeno. E deu certo.
Renê Marcelo, por outro lado, tinha contrato com a TV Record até 30 de novembro próximo e andava insatisfeito na emissora. Por 7 anos ele comandou o “Balanço Geral”, desde 2010, substituindo a Valdo Souza, mas havia sido defenestrado do programa e transferido de horário, passando a atuar no começo da manhã. Não gostou da mudança, pois perdeu audiência.
O apresentador Marcus Pimenta, outra grata revelação da TV paraense, que antes conduzia o “Cidade Alerta Pará”, à noite, passou a ser o titular do “Balanço Geral”, dias atrás, no lugar de Renê. Ao saber que Agenor iria ser contratado, Renê aproveitou o momento para sair da Record.
Antes disso, porém, no começo da semana, Renê reuniu-se com Jader Filho, presidente do grupo RBA, a quem não conhecia pessoalmente, acertando sua contratação pela emissora. O que poucos sabem e o Ver-o-Fato aqui revela, é que Renê Marcelo chega ao “Barra Pesado” para preparar terreno para lançar-se candidato a deputado estadual em 2018, com o apoio dos Barbalho.
Na “casa” já existem os políticos Joaquim Campos, hoje vereador por Belém, e Jefferson Lima, ex-candidato derrotado às prefeituras de Belém e Ananindeua, ambos também apresentadores de programas e de críticas contundentes aos governos do PSDB. Portanto, o ex-apresentador da Record chega à RBA pisando em ovos para não entrar em atrito com prováveis candidatos nas próximas eleições. A fogueira de vaidades está acesa na RBA.
Desde já, Renê Marcelo terá que aprender a linguagem da oposição aos governos de Jatene e Zenaldo, para seguir sem atropelos a linha editorial dos novos patrões. Coisa que antes não acontecia na Record, onde os dois governantes eram poupados de críticas, até porque mantém suas mídias na emissora do bairro Batista Campos. Agenor Santos também terá que passar por essa, digamos assim, reciclagem editorial.
Uma regra – infelizmente – do nosso jornalismo papa-açaí. Textual, radiofônico e televisivo na chamada grande imprensa.
Que, na verdade, faz tempo já não é tão grande. Que o diga as redes sociais. Essa devoradora da mídia tradicional.
Discussion about this post