Por Marcio Dolzan
Uma das maiores ginastas brasileiras de todos os tempos, Rebeca Andrade disse nesta terça-feira que sua aposentadoria “está mais para perto do que para longe”. Aos 23 anos, a atleta que na semana passada foi campeã mundial no individual geral afirmou que irá competir até que seu corpo aguente – mas não quis prever um prazo para isso. Por ora, a ginasta do Flamengo garantiu estar focada em dois objetivos: os Jogos Olímpicos de Paris e uma medalha em mundial por equipe.
“Eu não sei quanto tempo (falta para encerrar a carreira), porque o futuro a Deus pertence. Enquanto meu corpo estiver aguentando, eu vou continuar, obviamente. Mas eu me conheço muito, e eu sei que está mais para perto do que pra longe”, declarou Rebeca em entrevista coletiva realizada na Gávea, na zona sul do Rio. Indagada se isso poderia acontecer logo após os Jogos de Paris 2024, a ginasta sorriu e despistou: “vou deixar o suspense”.
Com o título do individual geral, Rebeca Andrade passou a ser considerada a mais completa ginasta da atualidade. O reconhecimento alcançado no Mundial de Liverpool se soma às duas medalhas conquistadas nos Jogos Olímpicos de Tóquio, no ano passado. Ainda assim, ela afirmou que ainda não está plenamente realizada. “Falta ganhar com a minha equipe”, afirmou. “O que eu mais quero mesmo é um resultado por equipe.”
INVESTIMENTO NA BASE
Rebeca Andrade planeja seguir treinando nas próximas semanas, mas sem competições no curto prazo ela disse que “será com menos intensidade”. Depois, a ginasta começará a se preparar de forma mais efetiva para os Jogos de Paris, com uma nova música e coreografia.
A famosa “Baile de Favela”, que alçou Rebeca ao topo do mundo, ficou no passado. E, segundo ela, o que virá pela frente ainda é um mistério. “Por incrível que pareça, a gente não tem ideia da escolha da música”, sustentou. A escolha da música será definida em conjunto com seu coreógrafo.
Campeã olímpica e do mundo, Rebeca Andrade também declarou na coletiva que não quer ser um caso isolado. O seu desejo é que outros atletas, e de outras modalidades, também tenham sucesso mundo afora. Para isso, ela considera que o Brasil precisa olhar com mais carinho para a base.
“Eu comecei num projeto social, e eu tive muita sorte, porque muitas pessoas me ajudaram. Muitas pessoas abriram as portas pra mim, eu morei com a coordenadora, aqui no Flamengo eles me deram suporte com apartamento”, lembrou. “Eu não quero ser uma só, eu quero que todo mundo tenha uma oportunidade.”
(AE)