Mais um RE X PA daqueles que, como diversas vezes já ocorreu, só engrena no final, deixando os torcedores dos maiores rivais com o coração na mão, roendo unhas e vibrando ao apito final do juiz. A Curuzu estava lotada, numa partida de uma só torcida, a do Papão, mas foi o Remo quem quase estraga a festa da Fiel. No final, porém, prevaleceu o empate.
Nos últimos minutos, com 9 de descontos, os dois times transformaram em jogo dramático uma partida onde nos 90 minutos quem dominou foi o Paysandu, que não traduziu em gols a superioridade, principalmente no primeiro tempo. O Leão melhorou na segunda etapa, conseguiu em alguns momentos equilibrar o tempo de posse de bola, abriu o marcador aos 43, com Brenner, enquanto Dioguinho, aplicando a famigerada “lei do ex”, deixou o placar em 1 a 1.
O Papão começou a partida ocupando todos os espaços do campo. A bola rolava de um lado para o outro sob o comando de Ricardinho e os deslocamentos de Marlon e Marcelo Toscano, que envolviam a zaga do Leão, todo recuado. Aos 3 minutos, dentro da área, Toscano tentou meia bicicleta, mas a conclusão da jogada redundou na saída de bola pela linha de fundo, próximo à trave, sob o olhar do goleiro Vinícius. Até os 10, só dava Papão..
Pálido no meio e sem saber o que fazia com bola quando a tinha nos pés, o Remo era apagado no ataque, pois Erick Flores e Bruno Alves não conseguiam entrar na área, perdendo com facilidade a disputa com Marcão, Genilson e Mikael, bem postados. Irritado, o treinador remista Paulo Bonamigo viu em campo um Gedoz parado e lento, sem nada fazer, e o tirou, substituindo-o por Ronald.
O garoto da base azulina trouxe sangue novo ao ataque, mas não havia criação pelo meio e a correria dele era amortecida pelos zagueiros bicolores. Durante todos os 47 minutos, o Leão não conseguiu criar nenhuma jogada de perigo e, pior ainda, não desferiu qualquer chute na direção do gol.
O goleiro bicolor Elias Curzel não passou de mero espectador da partida. Já pelo lado azulino, Vinícius defendeu pelo menos quatro chutes desferidos por Toscano, Marlon e Igor Carvalho, fora as bolas que a zaga mandou para escanteio. Mas RE X PA é isso mesmo. Nem sempre quem está melhor no jogo chega às redes do adversário.
No segundo tempo, logo aos 5, o Remo, que havia adiantado suas linhas, começou a costurar algumas boas jogadas na frente. E foi Brenner quem perdeu chance de marcar dentro da pequena área, após jogada pela esquerda de Ronald. Brenner mandou a bomba em cima de Elias Curzel e na sobra Marcão aliviou.
O Papão respondeu aos 10 e após boa jogada de ataque entre José Aldo e Dioguinho, Marlon chutou e Vinícius espalmou para frente, fazendo a zaga tirar a bola da área. O volante bicolor Mikael parecia meio desligado do jogo e atrapalhou-se com a bola, aos 16. Bruno Alves recebeu o presente e chutou nas mãos de Elias Curzel.
A partida estava mais equilibrada e o Paysandu viu seu maestro Ricardinho sentir a coxa após tentar um chute interceptado pela zaga do Remo. Ele pediu substituição e o treinador Márcio Fernandes colocou em campo Dioguinho. Pouco tempo depois também tirou Robinho e Marcelo Toscano para as entradas de Danrley e Yure.
O Leão também mexeu. Saíram Bruno Alves e Erick Flores para as entradas de Marco Antônio e Veraldo, melhorando a criação azulina. Os dois times, porém demonstravam cansaço, apostando no erro do adversário para surpreendê-lo com alguma jogada mortal.
Aos 43, o Remo abriu o marcador. Após ataque, a zaga do Paysandu manda para escanteio. O lateral direito Ricardo Luz faz a cobrança e quem sobe mais alto entre os zagueiros bicolores é Brenner, mandando no canto direito de Elias Curzel, balançando as redes. Remo, 1 a 0. Perder dentro de casa não estava nos planos, nem dos jogadores, menos ainda da torcida, que ficou impaciente e aflita.
Aos 48, na pressão, o Papão chega perto da área e ganha lateral, pela direita. Igor Carvalho joga a bola para a área e quem aparece de cabeça é Dioguinho, estufando as redes: 1 a 1. Ninguém foi de ninguém no 763 RE X PA, o clássico mais jogado no mundo.
Raio X da partida
Paysandu: Elias Curzel; Igor Carvalho, Marcão, Genílson, João Paulo; Mikael, Ricardinho (Dioguinho), José Aldo, Marlon; Robinho (Yure) e Marcelo Toscano (Danrlei). Treinador: Márcio Fernandes.
Remo: Vinicius; Ricardo Luz, Everton Sena, Marlon, Leonan; Anderson Uchôa, Pingo, Felipe Gedoz (Ronald); Bruno Alves (Marco Antonio), Erick Flores (Veraldo) e Brenner. Treinador: Paulo Bonamigo.
Gols: Brenner, aos 44 (Remo) e Dioguinho (Paysandu), aos 48, ambos no segundo tempo.
Árbitro: Marco José Soares de Almeida. Assistentes: Luiz Diego Nascimento Lopes e Rafael Ferreira Vieira.
Cartões Amarelos: Marcão (Paysandu) Bruno Alves (Remo)
Cartões Vermelhos: Victor Diniz ( No banco do Paysandu), por atitude inconveniente.
Local: Estádio Leônidas Castro (Curuzu)
Veja os melhores momentos e os gols: