Investigando por conta própria o desaparecimento de um parente, a família descobriu, com apoio de amigos, que o corpo do homem, já em estado de decomposição, devido à ação de urubus, estava jogado perto de uma praia, em Porto de Moz, na Região do Xingu, sudoeste paraense.
Identificado como Francimar da Silva Araújo, o “Bobô”, ele estava desaparecido havia quatro dias e era dono de uma lancha voadeira e de um grosso cordão de ouro. O corpo dele apresentava várias perfurações e a suspeita é de que tenha sido vítima de latrocínio. Um conhecido dele, apelidado de “Clovito” é um dos suspeitos do crime.
De acordo com a mulher dele, “Bobô” sumiu no final da tarde do último sábado (12), quando saiu na sua voadeira sem dizer para onde ia. Na ocasião, ele entregou um grosso cordão de ouro para a mulher, que pretendia vendê-lo.
Segundo a mulher, por volta de 23 horas do sábado, ela foi procurada por “Clovito”, conhecido do casal, que pediu a ela que entregasse o cordão de ouro a mando do marido, a fim de vendê-lo. Sem desconfiar de nada, a mulher entregou o cordão ao suspeito.
Ainda na noite de sábado, em contato com um cunhado dela, irmão de “Bobô”, a esposa soube que “Clovito” havia dito a ele, por telefone, que “Bobô” havia saído com a voadeira para fazer um frete para Altamira, que fica a cerca de 184 quilômetros de distância. Ela estranhou o fato e procurou a Delegacia da Polícia Civil de Porto de Moz, pedindo ajuda para localizar o marido.
Policiais locais, entretanto, disseram que estavam sem embarcação para iniciar as buscas e a família decidiu procurar pelo parente por conta própria.
Depois de quatro dias de busca, na quarta-feira (16) a voadeira de “Bobô” foi encontrada, sem o motor, na comunidade ribeirinha Ponta Grande. O corpo estava perto de uma praia, já em decomposição, com perfurações que só a perícia pode esclarecer se foram de faca ou tiros ou até mesmo provocadas pelo ataque de urubus.
A Polícia Civil providenciou a remoção do corpo para o necrotério da cidade e abriu inquérito para esclarecer o crime. “Clovito”, um dos suspeitos, continua foragido. Ele foi flagrado por uma câmera de segurança de um posto de combustíveis abastecendo a voadeira de “Bobô”.