É revoltante imaginar que uma simples caminhada familiar tenha sido interrompida por um ato tão abominável. Na tarde de ontem, 20, um homem abordou um menino, que seguia a poucos passos de sua mãe na rua Desembargador Clotário Portugal, em Apucarana (PR), e tentou beijá-lo.
Uma cena de terror para qualquer pai ou mãe, que, no caso, se viu impotente para socorrer o filho porque segurava um carrinho de bebê. Contudo, a mãe agiu com uma presença de espírito admirável e, em um ato de desespero, gritou que o pai da criança estava chegando. A mentira surtiu efeito, e o agressor fugiu assustado.
Entretanto, a indignação da população que presenciou o ocorrido tomou um rumo preocupante. Ao avistar o homem fugindo, algumas pessoas decidiram agir por conta própria, perseguindo-o e, mais tarde, agredindo-o em frente à Unidade de Pronto Atendimento (UPA).
A violência foi tão intensa que o suspeito precisou de atendimento médico devido a uma possível fratura na mandíbula. Depois, foi levado pela Polícia Militar para a 17ª Subdivisão Policial de Apucarana, onde as providências legais serão tomadas.
É compreensível a indignação diante de um ato que ameaça a segurança e a inocência de uma criança. Porém, transformar essa raiva em violência desenfreada e fazer justiça com as próprias mãos não é o caminho.
A atitude da população, embora motivada pela revolta, também gerou uma situação de descontrole que poderia ter terminado em tragédia. A justiça precisa ser feita, sim, mas cabe às autoridades legais assegurarem que o responsável seja punido de forma adequada e dentro dos limites da lei.
A violência não é a resposta, nem mesmo contra quem a praticou primeiro.