As Policlínicas Itinerantes são umas das principais iniciativas do governo do estado para assistência aos pacientes com suspeita de Covid-19. Uma delas funciona, desde o dia 1 de março, na Arena Guilherme Paraense, conhecida como Mangueirinho, localizada na Av. Augusto Montenegro, bairro do Mangueirão. O atendimento acontece das 8 até às 17 horas, com 250 teste de RT-PCR por dia, para assim confirmar ou não os pacientes acometidos pelo vírus.
Na última quinta-feira, o atendimento começou um pouco antes das 8h da manhã, mas as pessoas começaram a chegar bem antes, por volta das 6h. Uma fila longa se formou no estacionamento. Entre pacientes e acompanhantes se ouvia um grande número de pessoas tossindo e reclamando do sol que estava se impondo na medida que as horas passavam.
Entre os infileirados, vendedores de café da manhã e água forneciam seus produtos. Havia também um segurança que contava sua desconfiança da imprensa por filmar mesmo com o jornalista dizendo que não estava filmando. Além de um cão que transitava cansado entre os possíveis adoentados, destemido na esperança por um resto de café da manhã.
Na primeira triagem, um homem perguntava o que as pessoas sentiam, aferia sua saturação de oxigênio e encaminhava para próxima etapa. Nesta nova fase, diferente da fila do lado de fora, havia um ambiente bem mais convidativo, com ventiladores potentes, sombra, banheiros e uma fila que não dói, isto porque ela se dá no estilo “dança das cadeiras”, ou seja, ninguém fica em pé e o único esforço é se deslocar para cadeira da pessoa que está na frente após essa também andar uma casa mais próximo das profissionais que pegam dados e fazem perguntas sobre os sintomas.
Após essa etapa, mais uma fila no mesmo padrão e algum tempo até ser atendido por um médico. De repente começa uma distribuição de mingau por parte dos administradores do lugar, o que é excelente, dado que muitas pessoas saíram de casa antes mesmo que uma padaria abrisse. Mesmo para quem não aceitou o “afago”, o sentimento era de gratidão pelos cuidados.
Antes de entrar na sala do médico, uma profissional do lugar dá uma borrifada de alcool nas mãos do atendido. O médico avalia, passa receitas e, dependendo do caso, dá um atestado e/ou encaminha ou não para fazer o teste conhecido como RT-PCR, que consiste na coleta de material através da introduções de algo que remete a um cotonete nas vias nasais. É bem incômodo, mas preciso e feito por profissionais de saúde que trabalham de maneira muito gentil.
Acostumou-se a ver as estruturas públicas com desprezo e críticas. Parece que não é o caso para a maioria das pessoas que vão ao Mangueirinho. O bom tratamento até guarda o sol da entrada.
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